A Caixa deu lucro porque está cada vez menos estatal

A Caixa inflada interessa aos políticos que querem lotear os seus espaços. Ao Brasil, interessa um banco mais enxuto

J.R Guzzo
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A Caixa Econômica Federal, um dos maiores trens fantasmas de toda a história das empresas estatais brasileiras, está mandando uma boa notícia para o contribuinte: deu um lucro superior a R$ 21 bilhões em 2019, o primeiro ano do novo governo. O melhor, porém, não está nesse número, e, sim, nas ações da CEF que resultaram nele.

A maior parte deste lucro, acima de R$ 15 bilhões, vem da venda de ativos da empresa durante o ano passado – ou seja, a CEF está se “desestatizando”. Os ativos que vendeu, agora, não são mais do Estado brasileiro. O monstro estatal emagreceu. Passou a ter menos do que tinha, e toda vez que acontece isso é a sociedade brasileira quem ganha.

A Caixa, como se sabe, tem um passado de horrores. Foi fatiada, durante décadas a fio, entre os políticos – que dividiam entre si diretorias, superintendências, comandos regionais e até cargos de segundo ou terceiro escalão.

O partido “A” tinha “direito” a mandar nisso, o partido “B” tinha “direito” a mandar naquilo. Recebiam suas fatias do pernil e, em troca, vendiam seus votos para o governo. Só para se ter uma ideia: o célebre Geddel Vieira Lima, depois de ter sido ministro no governo Lula, achou que fez um bom negócio ficando com uma diretoria da CEF no governo Dilma.

É óbvio que essa gente queria uma Caixa cada vez maior. É óbvio que ao Brasil interessa que ela fique cada vez menor.

* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.

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