Veja como é feito exame para detectar coronavírus no DF

A convite do Sesc-DF, o Metrópoles foi conhecer o passo a passo do diagnóstico que revela se o paciente tem ou já teve contato com Covid-19

Caio Barbieri
Compartilhar notícia

Com a sinalização do governador Ibaneis Rocha (MDB) de programar a testagem em massa da população local para o novo coronavírus, entidades se anteciparam e anunciaram a medida internamente como forma de desafogar a rede pública de saúde do Distrito Federal. Em parceria com o Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas (SindiLab-DF), por exemplo, o Serviço Social do Comércio (Sesc-DF) passou a oferecer exame com desconto aos associados desde quinta-feira (16/04).

A convite da entidade, o Metrópoles foi conhecer de perto a estrutura montada na unidade da 504 Sul para realizar a testagem dos associados e o passo a passo, da chegada até a coleta do sangue. O resultado detalhado sai após 24 horas do procedimento.

“O exame se faz necessário porque, muitas vezes, o paciente assintomático está vivendo a vida dele, trabalhando, voltando pra casa e transmitindo esse vírus. Eles estão aparentemente bem, com a vida plena e, sem os cuidados devidos, acabam proliferando a infecção para outras pessoas. Por isso, isolar esse paciente na quarentena se faz tão necessário”, explicou a clínica-geral Lucce Lopes, coordenadora do Serviço Médico do Sesc-DF.

Uma das principais da cidade, a unidade da 504 Sul foi completamente descaracterizada para receber a nova demanda. Boxes foram instalados internamente de forma provisória e um rigoroso controle é feito a quem quer ter acesso às dependências do local.

Com o kit completo de autoproteção, como jalecos descartáveis, máscaras e luvas, os funcionários recebem visitantes já com um vidro de álcool em gel. Na hora da entrada, explicam cuidadosamente como é feita a assepsia das mãos.

A partir de então, o conveniado recebe uma máscara descartável e é orientado a usá-la durante todo o processo de testagem e enquanto estiver dentro do prédio.

“Avaliamos que qualquer pessoa que venha de fora é um potencial vetor da doença. Por isso, atendemos as recomendações sanitárias para mantermos a segurança de todos os visitantes e também dos nosso profissionais de saúde”, reforçou a médica. Ao todo, 45 profissionais da área dão suporte ao projeto.

Veja o vídeo:

 

Passo a passo

Após o preenchimento de um breve cadastro, a equipe imprime etiquetas e, com um distanciamento de cerca de dois metros, direciona o visitante para a sala de coleta do sangue. Durante o atendimento exclusivo, um profissional recolhe uma ampola para o exame sorológico. O método é mais criterioso do que o teste convencional, aquele realizado a partir de material biológico extraído de mucosas da narina e da boca.

“São seis resultados possíveis. Esse exame tem o potencial muito grande para diagnosticar, inclusive, se a pessoa já foi infectada pelo coronavírus. Pegamos o sangue e colocamos para testar com uma partícula do vírus. A partir daí, verificamos se reage ou não e se o contato pode estar ativo neste momento”, explicou.

Segundo Lucce Lopes, além do diagnóstico, os profissionais também colhem informações sobre o histórico da pessoa. “Por que se interessou em fazer o teste? Por ansiedade, por curiosidade? Ou realmente ela possa ter tido contato com possíveis contaminados. Se foi isso, já é um sinal de alerta, assim como sintomas relacionados à doença, como febre, dores no corpo”, afirmou.

“Com o diagnóstico, ela ficará mais segura até mesmo para manter as medidas de isolamento ou reforçar os cuidados pessoais”, emendou a especialista.

De acordo com a médica, a partir do momento em que o paciente faz o exame, as autoridades públicas de saúde do DF passam a ter ciência do resultado. “Principalmente nos casos testados positivos, a gente imediatamente faz a notificação. É um comprometimento dos laboratórios e dos profissionais que estão fazendo o atendimento”, disse.

Como fazer?

Ao realizar o exame, o paciente também passará por uma consulta médica. O Laboratório Central dos Exames de Brasília realiza o procedimento na unidade. O valor para os dois serviços (consulta e exame Covid-19) é de R$ 199 à vista, ou pode ser parcelado em até três vezes no cartão de crédito. O custo do “combo” é 50% mais barato que o do mercado. O horário de atendimento é sempre pela manhã, das 9h às 12h.

O presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, explica que a medida é uma ação importante de diagnóstico do coronavírus. “A parceria vai fornecer exames e consultas com 50% de desconto. Tudo isso para colocar à disposição do trabalhador do comércio mais uma opção de acesso a esse tipo de testagem”, explicou.

Testagem em massa

O governador Ibaneis Rocha (MDB) disse, em entrevista exclusiva à coluna Grande Angular, do Metrópoles, que fará testagem em massa na população do DF para identificar casos do novo coronavírus.

“Quero começar a fazer uma testagem em massa no Distrito Federal. Vou ter mais segurança na hora de reabrir o comércio. Não quero abrir para depois ter que fechar”, pontuou o governador.

O titular do Palácio do Buriti destacou, ainda, que a medida é necessária para garantir segurança antes de autorizar a reabertura do comércio, suspenso até 3 de maio, e a volta às aulas, interrompidas até 31 de maio.

“Vamos separar os possíveis grupos de risco e ampliar os exames para ter certeza do que diz respeito ao fim do isolamento social”, assinalou.

Compartilhar notícia
Sair da versão mobile