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Sistema da União apresenta falhas e ameaça controle de dados da vacinação no DF

Segundo servidores, plataforma do Programa Nacional de Imunização é de difícil acesso e instável. DF tem sistema próprio, que funciona

atualizado

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Fábio Vieira/Especial Metrópoles
Socorristas e enfermeiras do Samu, tomam vacina contra a covid-19 em sao paulo 16
1 de 1 Socorristas e enfermeiras do Samu, tomam vacina contra a covid-19 em sao paulo 16 - Foto: Fábio Vieira/Especial Metrópoles

Os servidores que atuam na área epidemiológica passaram a alertar a Secretaria de Saúde sobre dificuldades enfrentadas para alimentar o sistema do Ministério da Saúde que monitora as aplicações de doses da vacina contra a Covid-19 no Brasil e no Distrito Federal. A plataforma é a responsável por controlar, por exemplo, a distribuição por número do Cadastro de Pessoa Física (CPF), o que evitaria duas aplicações do imunizante em uma mesma pessoa.

A pasta local nega que os problemas estejam interferindo no controle da imunização (veja abaixo). Contudo, em documento obtido pelo Metrópoles, profissionais de saúde relatam “instabilidade” no sistema e “sérias dificuldades quanto ao acesso”.

“Já fizemos contato com Ministério da Saúde (Datasus) por e-mail, e não houve resolução. O sistema, quando conseguimos acessar, é extremamente instável. E, na grande maioria das vezes, não está disponível para o acesso. Inclusive, não conseguimos acessá-lo pelo link acima descrito. Tal realidade compromete o cumprimento do prazo oportuno para o registro das doses”, anotaram servidores em despacho interno.

Veja: 

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Recentemente, uma portaria ministerial (GM/MS Nº 69) publicada no Diário Oficial da União no dia 18 de janeiro definiu a obrigatoriedade quanto ao registro de aplicação de vacinas nos sistemas de informação do próprio ministério, bem como o controle de estoque e a distribuição da vacina contra a Covid-19. De acordo com a pasta federal, o objetivo seria ter o controle da efetivação das doses aplicadas e de eventuais acontecimentos adversos, perdas físicas e técnicas dos imunizantes.

Desde então, os servidores que estão na linha de frente da vacinação devem registrar dados referentes às vacinas aplicadas, tanto no cartão de imunização do cidadão quanto no sistema de informação do Ministério da Saúde. Na plataforma, devem constar informações do vacinado, como CPF ou Cartão Nacional de Saúde (CNS), nome completo, sexo, data de nascimento e nome da mãe, grupo prioritário para vacinação, código da vacina, nome da vacina, tipo de dose aplicada, data, número do lote e nome do fabricante.

Atraso

Para efetuar um registro de dose aplicada no Novo SI-PNI on-line, é necessário um cadastro prévio dos operadores da plataforma no Sistema de Cadastro e Permissão de Acesso (SCPA). Posteriormente, é preciso vincular nesse sistema os estabelecimentos de saúde que realizarão a vacinação e, da mesma forma, os profissionais vacinadores de cada unidade. Os dados dos lotes de vacina recebidos também precisam ser incluídos.

Devido ao atraso da liberação da plataforma, a Secretaria de Saúde solicitou força-tarefa para inserção “das mais de 30 mil doses de vacina já aplicadas no Novo SI-PNI on-line”, à época do registro das dificuldades. Na segunda-feira (1º/2), o total de pessoas que receberam a dose inicial do imunizante no DF passou de 59 mil.

“Os dados de doses aplicadas a partir de 1º de fevereiro devem ser inseridos no sistema no prazo máximo de 5 dias após a data da aplicação. Os dados de doses aplicadas a partir de 1º de março devem ser inseridos no sistema no prazo máximo de 48 horas após a data da aplicação”, reforça uma circular.

O que dizem os envolvidos?

Acionada, a Secretaria de Saúde informou que os problemas verificados nos sistemas do Ministério da Saúde não interferiram na inclusão de registro dos vacinados no Distrito Federal.

“A pasta utiliza o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) e possui controle rigoroso feito pelos próprios servidores que atuam nas campanhas de vacinação”, ressaltou.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde não se pronunciou sobre as falhas da plataforma.

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