Irmão de morta por Covid-19 no Entorno: “Enterro de 10 minutos”

Carlos da Paz também informou que o viúvo da vítima, que está internado em Goiânia, melhorou da pneumonia e aguarda alta médica

Caio Barbieri
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Irmão de Maria Lopes de Souza, 66 anos, primeira mulher morta em Goiás devido ao novo coronavírus, o aposentado Carlos da Paz Lopes Zedes, 61, relatou que, desde que foi diagnosticada com a doença até o óbito, a família só conseguiu contato com a vítima por telefone e teve que acelerar a despedida durante o enterro. Ambos são moradores de Luziânia (GO), cidade que fica a pouco mais de 50 km do Distrito Federal.

“Foi tudo muito rápido. Num dia, ainda quando estava em Luziânia, nos falamos por telefone. Logo depois, ela foi transferida para Goiânia e acabou falecendo. Muito triste tudo isso. Quando chegamos no cemitério até a hora do funeral, tudo muito rápido e com o caixão fechado. O enterro teve só 10 minutos. Não conseguimos nem reunir todos que gostaríamos por causa das medidas orientadas. Foram poucas pessoas”, disse Carlos, emocionado, ao Metrópoles.

Maria Lopes ficou internada no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia, depois de ser transferida de Luziânia (GO). Ela morreu na manhã da última quinta-feira (26/03).

O viúvo da mulher também precisou ser internado e transferido para o Hospital de Campanha da capital goiana, mas teve melhora no quadro. “Ele conseguiu se livrar da pneumonia e os médicos já sinalizam a alta para ele terminar de se recuperar em casa. Graças a Deus, uma boa notícia”, afirmou.

De acordo com o aposentado, todos os demais integrantes da família que tiveram contato com a vítima seguem as orientações das autoridades sanitárias e estão em confinamento em um sítio. “Eu, pessoalmente, não encontrei com minha irmã antes, mas graças a Deus, ninguém mais da família apresentou outros sintomas assim”, disse.

Desabafo

Logo após a notícia da morte, uma das filhas de Maria Lopes publicou um desabafo nas redes sociais. No texto, ela rebate as informações médicas de que a mãe foi a óbito por causa de outras doenças existentes.

“No intuito de minimizar a letalidade da Covid-19, estão dizendo que minha mãe possuía várias comorbidades, sendo que a única coisa que ela tinha era hipertensão. Não era diabética. E os problemas nos pulmões foram causados pelo coronavírus. Ela estava bem, cumpriu a quarentena imposta. Não viajou para o exterior e passava a maior parte do tempo isolada na fazenda”, escreveu ela no texto postado.

De acordo com o desabafo, a paciente precisou ser transferida da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Ingá, em Luziânia, para a capital de Goiás, onde demorou para ingressar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Doenças Tropicais (HDT).

O texto foi publicado nesta sexta-feira (27/03), um dia após a Secretaria de Saúde de Goiás confirmar o falecimento da mulher de 66 anos.
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