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Debandada no PPS-DF torna futuro de Cristovam Buarque incerto na sigla

Contra possível aproximação com o Buriti, deputados distritais filiados ao partido seguem rumos próprios. Valmir Campelo desistiu do GDF

atualizado

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1 de 1 cristovam - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A recente desfiliação da deputada distrital Celina Leão do Partido Popular Socialista (PPS) no Distrito Federal escancarou a crise interna vivida pela legenda nas últimas semanas. Desavenças que se arrastavam há tempos passaram a ser indisfarçáveis desde que o presidente nacional da sigla, deputado federal Roberto Freire (SP), reuniu-se com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) para “avaliar cenários” eleitorais.

O desconforto gerado entre os integrantes do PPS com mandato – os distritais Celina Leão e Raimundo Ribeiro, além do senador Cristovam Buarque – resultou na fragilização da unidade partidária, como respingou em nomes que até então pretendiam representar a sigla na corrida às urnas. Também filiado à sigla, o ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Valmir Campelo desistiu de concorrer ao Palácio do Buriti.

Apesar de não decidir o caminho, o deputado Raimundo Ribeiro já é contado como carta fora do baralho pelos correligionários. Também receoso de uma possível aproximação da sigla ao governo a que se opõe, Ribeiro deve seguir para outra legenda até 7 de abril, data limite para que políticos com mandato possam mudar de sigla sem que sejam enquadrados na infidelidade partidária.

Reeleição
Apesar de sondagens, Cristovam Buarque nega a troca de partido e garante concorrer à reeleição. O remanescente com mandato na legenda mantém uma relação desconfortável com Freire. Foi preterido no audacioso projeto de ser o candidato do PPS à Presidência da República e terá de tentar renovar o mandato. O chefe da sigla preferiu acenar aproximação com o PSDB de Geraldo Alckmin.

Sem os deputados distritais, Cristovam pode manter o poder de negociação sobre o caminho a levar o partido para as eleições de outubro próximo. Contudo, corre o risco de acabar isolado na sigla ou mesmo de ser surpreendido com decisão nacional e sobrar para ele o mesmo palanque de Rollemberg, a quem se declara opositor.

A permanência do senador no PPS, portanto, é uma incógnita. Caso tenha uma proposta mais viável, dificilmente correrá o risco de ter o futuro decidido por terceiros. Passará agora a rever possibilidades tidas até então como passado. A política requer decisões precisas e no tempo certo. Há, portanto, poucos dias para o ex-governador do DF definir o futuro de sua carreira.

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