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Contra demissões, Renato Santana chama Rollemberg de “governador fake”

Em um grupo de WhatsApp, vice-governador disse ainda que o chefe do Executivo “insiste em minimizar os graves problemas da cidade”

atualizado

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Igo Estrela/Especial para o Metrópoles
Renato Santana
1 de 1 Renato Santana - Foto: Igo Estrela/Especial para o Metrópoles

Após reportagem do Metrópoles publicada nessa quarta-feira (18/4), Renato Santana (PSD) se manifestou em um grupo de WhatsApp ligado aos servidores sobre a demissão em massa na vice-governadoria. No desabafo, ele chama Rodrigo Rollemberg (PSB) de “governador fake” e pede apoio aos funcionários atingidos pelo novo decreto do chefe do Executivo.

“Sejamos fortes e mantenhamos o foco! Vou continuar precisando muito da ajuda de todos vocês! Afinal, a cidade pede socorro! Por ora, a palavra continua sendo gratidão! Temos todos os motivos para nos indignarmos, não pelo ato do governador fake junto à vice-governadoria! Porém, pela preguiça de um mandatário que insiste em minimizar os graves problemas que vivemos na cidade!”, destacou. Santana convocou os colaboradores a continuarem na missão de “desatar nós”.

A pé, de bicicleta, de ônibus, de jegue, aliás, esse último foi o exemplo do maior líder político e espiritual, Jesus! Dias melhores virão desde que não percamos o foco e a unidade! Abraços em todos! Coragem!

Renato Santana, vice-governador do Distrito Federal

A comunicação do governo foi acionada após as novas declarações do vice, mas o Buriti ainda não se manifestou.

Em um novo capítulo da guerra política entre Rollemberg e Santana, o titular da principal cadeira do Palácio do Buriti decidiu praticamente extinguir a vice-governadoria do DF. Decreto assinado pelo chefe do Executivo local limita o órgão a apenas cinco cargos de confiança, com níveis salariais abaixo dos equivalentes em outras pastas do GDF. A determinação será publicada no Diário Oficial do DF.

Veja o decreto:

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Além de reduzir drasticamente a estrutura – antes com 43 cargos –, o texto assinado por Rollemberg transfere todo o pessoal, mobiliário e os equipamentos da vice-governadoria para a Casa Civil. Na prática, os servidores de Renato Santana passam a ser subordinados ao titular da principal pasta do Palácio do Buriti, Sérgio Sampaio.

Presidente do PSD-DF, sigla de Santana, o deputado federal Rogério Rosso afirmou à coluna lamentar a decisão.

“Espero que a extinção desses cargos possa se reverter em melhorias dos serviços para a população, em especial à saúde, que se tornou a pior do país desde que ele [Rollemberg] assumiu o governo. Acredito que o governador precisa manter o foco não em gestos de retaliação, mas em querer resolver os grandes problemas vividos diariamente pelos moradores DF”, disse Rosso.

Relação estremecida
A relação de Rollemberg e Renato Santana está abalada desde que o vice foi gravado fazendo duras críticas ao atual gestor. Ele chegou a revelar que tinha conhecimento de episódios de corrupção dentro do governo. O convívio piorou depois de uma cunhada de Santana morrer em um hospital da rede pública de saúde. O vice atribuiu a culpa à má qualidade da gestão do socialista.

Somado a isso, o partido de Renato Santana deixou a base do governo em novembro de 2017 e iniciou o trabalho de composição de uma aliança para concorrer às eleições de 2018.

O grupo tem representantes de pelo menos 10 siglas e nomes importantes, como Cristovam Buarque (PPS), Rogério Rosso (PSD), Izalci Lucas (PSDB), Alírio Neto (PTB), Wanderley Tavares (PRB), Arthur Bernardes (PSD), Sérgio Ferreira (DC), Daniel de Castro (PSC), Kaio Teixeira (Patriota), Paulo Fernando (Patriota), Chico Andrade (PPS) e Silvana Siqueira (PSDC), além de Renato Santana.

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