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Após assembleia, servidores de assistência social do GDF decidem manter greve

Sindicato diz que movimento pode ser suspenso caso GDF se comprometa pela inclusão da categoria na lista de prioridade da vacinação

atualizado

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1 de 1 greve - Foto: Divulgação

Os servidores da assistência social do Distrito Federal decidiram, após assembleia realizada na tarde desta segunda-feira (8/2), manter a greve iniciada na última semana.  Os trabalhadores estão lotados na Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), na Secretaria da Mulher e na Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus). Eles reivindicam a inclusão da categoria, que soma 1,5 mil profissionais, na vacinação prioritária contra a Covid-19.

De acordo com o advogado Paulo Fontes, que representa o sindicato, “ficou deliberado pela manutenção da greve mesmo com a judicialização por parte da Administração Pública. Entretanto, a greve pode ser suspensa a qualquer momento, caso o Distrito Federal abra a mesa de negociação com a categoria no Poder Judiciário”, disse ao Metrópoles.

Segundo ele, a categoria reitera que o motivo da greve é a inclusão da Carreira Pública de Assistência Social no grupo prioritário de imunização do GDF, assim que possível.

“O motivo da greve foi defendido também pela SEDES através de um ofício, em que foi expressada a necessidade de incorporação dos trabalhadores da pasta no cronograma de imunização do GDF, tendo em vista que os profissionais do Sistema Único de Assistência Social estão expostos, em conjunto com os servidores da Saúde, nas ações e mobilizações realizadas durante a pandemia do novo coronavírus”, reforçou.

Os profissionais fazem cadastro em programas sociais, como o Bolsa Família, e trabalham nas unidades de atendimento à população em situação de rua, por exemplo. De acordo com o Sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do GDF (Sindsasc), 70% da categoria aderiu ao movimento.

Cronograma

Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sede) afirmou “se colocar ao lado do servidor neste momento de pandemia da Covid-19, inclusive neste período de imunização”. Ela chegou a pedir a inclusão da categoria nas prioridades do plano local de vacinação.

“Prova disso é que, antes mesmo de começar a vacinação no Distrito Federal, a secretária Mayara Noronha Rocha apresentou para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) o plano de vacinação para os servidores da Assistência Social, como também, em seguida, entregou o documento na Secretaria de Saúde”, diz trecho da nota.

A pasta reforça que “a categoria precisa ser vacinada o quanto antes, respeitando os critérios e o cronograma estabelecidos pelos órgãos de saúde, no caso o Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal, conforme a ata da reunião com representa do MPDFT”.

A Secretaria de Desenvolvimento Social reitera que está vigilante para que aconteça a vacinação de todos os servidores o quanto antes, “justamente por entender da importância do trabalho nas unidades socioassistenciais”.

Corte de ponto

No dia seguinte ao início do movimento grevista, a Secretaria de Desenvolvimento Social informou que não iria computar o horário de trabalho de servidores que aderiram à greve. Foi orientado para que as chefias informem, em folha de ponto, os profissionais que não comparecerem ao local de trabalho.

A pasta também criticou o movimento grevista dos servidores. Por meio de nota emitida no último domingo (7/2), o órgão disse que a paralisação é descabida e “penaliza a população do DF, que já sofre com os efeitos da pandemia de Covid-19 no DF”.

O presidente do Sindsasc, Clayton Avelar, argumentou que essa é uma “greve pela vida”. “Não queremos perder mais colegas nossos. Não queremos que mais um trabalhador da assistência social se torne vetor de propagação da Covid-19”, disse.

Segundo o sindicalista, alguns servidores foram vacinados “não por atuarem na assistência social e, sim, por cuidarem de idosos, pessoas com deficiência ou comorbidades” – público que está na lista prioritária da vacinação contra a Covid-19.

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