A programação oficial da Semana de Moda de Nova York chegou ao fim nessa quarta-feira (11/09/2019). Ao longo dos últimos seis dias, várias marcas apresentaram suas apostas para a primavera/verão 2020 para compradores, imprensa e outros convidados. Entre elas, etiquetas celebradas como Oscar de la Renta, que trouxe influências da República Dominicana em uma coleção quente e tropical. Vera Wang retornou à passarela após dois anos, enquanto a Proenza Schouler surgiu com um show de sofisticação oitentista. Os anos 1980 apareceram também no desfile da Coach 1941, com uma boa dose de cores e um ar despojado.
Vem comigo conferir!
Oscar de la Renta
Laura Kim e Fernando Garcia homenagearam as raízes latinas de Oscar de la Renta (1932-2014) com a nova coleção. Em trabalhos anteriores, a dupla havia trazido referências a Espanha, Marrocos e Índia. Desta vez, a inspiração vem da República Dominicana, terra natal de ODLR, naturalizado estadunidense; e também de Garcia.
Viva, cheia de cores e volume, a primavera/verão 2020 da grife norte-americana é repleta de calor caribenho e silhuetas fluidas e femininas. A label voltou a investir nos caftans e na estampa floral que simula um tecido de retalhos. A alfaiataria, aposta forte da marca outrora, ainda é muito presente.
Os casacos acompanham a leveza de toda a coleção, bem como os vestidos. Um modelo listrado e outro com tiras entrelaçadas ganham um efeito semelhante a um mastro enrolado com fitas coloridas. O plissado e a cauda dos vestidos de festa dão um ar festivo e jovial.
Assim como no outono/inverno 2019/20, o desfile desta coleção teve como endereço o edifício Cunard, na Big Apple. Aberto em 1921, o local é um prédio com arquitetura neorrenascentista de 22 andares, onde funcionam vários escritórios. Pryianka Chopra e Lucy Hale estavam por lá para conferir a apresentação, em meio à decoração com cestas de frutas e palmeiras. Irina Shayk encerrou o desfile com um longo preto.






Vera Wang
A estilista americana voltou à passarela após um hiato de dois anos. O retorno não foi à toa, sua marca completa 30 anos no mercado. Ao longo da nova coleção, a designer misturou a delicadeza das lingeries com a pegada estruturada das peças de alfaiataria.
Como de costume, o preto predominou entre as peças, que surgem também nas cores caramelo, branco e cinza. Para a designer, as roupas têm a sofisticação da alta-costura e a atitude de Los Angeles, o que ela chamou de “California Dreamin’”.
Moderna, sofisticada e extremamente jovem, a coleção conversa com o público da geração Z, que opta pela feminilidade, mas sem deixar de lado o visual forte e marcante. A riqueza e a criatividade dos detalhes transformam os vestidos curtos e conjuntinhos em modelos que vão muito além do óbvio.
Alguns ganham bolsos utilitários, enquanto outros mesclam babados e rendas dramáticas. Destaque para o retorno das mangas retrô e as luvas com aspecto amassado, apostas da estilista em temporadas passadas.
Vera Wang dedicou o show em memória de seu pai, que morreu na véspera de um de seus desfiles, há 15 anos. A dedicatória também mencionou a família, amigos e equipe. Com presença de Zendaya, Vanessa Hudgens, H.E.R. e Lucy Hale na primeira fila, o desfile ocorreu no American Stock Exchange Bulding, o prédio da Bolsa de Valores Americana.






Coach 1941
Diretor criativo da Coach há seis anos, o britânico Stuart Vevers costumava abordar uma estética camponesa em suas criações. Desta vez, ele aposta em um retrô diferente, com mais cores vibrantes e referências à cidade de Nova York nos anos 1980.
A coleção celebra os 78 anos da marca de artigos de couro, fundada em 1941 nos Estados Unidos. Para isso, Ververs reuniu também releituras de 78 bolsas introduzidas ao longo da trajetória da label.
O couro é o carro-chefe da coleção, aparecendo em trech coats, calças, jaquetas e saias. O material surge em cores que vão do preto mais sóbrio até o metálico retrofuturista, sem falar no rosa-cereja e no verde-bandeira. No fim, teve um resultado despojado e urbano.
A marca brinca ainda com uma pegada mais artsy, fruto da parceria com o artista pop Richard Bernstein. Conhecido por ter feito capas da revista Interview nas décadas de 1970 e 1980, ele estampou várias peças com ilustrações de Michael J. Fox, Barbra Streisand e Rob Lowe.
A apresentação ocupou o High Line, uma antiga plataforma de metrô que agora dá vida a um parque no centro de Nova York. O show teve presença de Michael B. Jordan, Elsa Hosk e Anna Wintour.






Proenza Schouler
A dupla Jack McCollough e Lazaro Hernandez, fundadores da Proenza Schouler, se inspirou no visual das mães trabalhadoras. Em especial, o visual power dressing dos anos 1980, com direito a cinturas altas e ombros marcados. Uma das experimentações no compilado de primavera/verão 2020 é o toque sutilmente esportivo com acabamento experimental da alta-costura.
De forma geral, as produções sofisticadas e minimalistas lembram a Celine de Phoebe Philo. No mais, alguns looks se assemelham à alfaiataria moderna e limpa que a Balmain trouxe para seu breve retorno à alta-costura, em janeiro deste ano. Estampas coloridas, um vestido em amarelo vibrante e os drapeados se encarregaram de dar um tom de extravagância na medida certa.
Sem deixar de lado a sensualidade, a marca acrescentou decotes abertos com lapelas oversized a alguns blazers. Nos vestidos, inseriu golas com decote mais profundo e mangas caídas. Detalhes do styling chamaram atenção, como os brincos dourados, os óculos escuros e as sandálias com tiras grossas de couro acolchoado.
Emily Ratajkowski, Lourdes Leon e Grace Coddington estavam entre as celebridades da fila A.






O desfile de Marc Jacobs encerrou a programação oficial do NYFW nessa quarta-feira (11/09/2019). Na sequência, vamos ficar de olho nas novidades da Semana de Moda de Londres, que começará nesta sexta-feira, dia 13, e vai até o dia 17. Burberry, Victoria Beckham, Halpern, JW Anderson e ALEXACHUNG estão entre as grifes que apresentarão suas apostas de verão na fashion week londrina.
Colaborou Hebert Madeira