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“Moda não está mais na moda”, diz Gloria Kalil ao Metrópoles

A consultora de moda foi a atração principal no Vogue Fashion’s Night Out realizado nesta sexta-feira (22/9)

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Felipe Menezes/Metrópoles
1 de 1 - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Gloria Kalil marcou presença no Vogue Fashion’s Night Out realizado nesta sexta-feira (22/9). A jornalista, empresária e consultora de moda foi a atração principal do evento. Antes de subir ao palco, Gloria bateu um papo com o Metrópoles onde falou sobre estilo, a necessidade de uma renovação da moda e sobre seu mais novo livro “Chic Profissional” – obra que aborda temas que vão além da vestimenta, sob um olhar especial sobre o ambiente de trabalho do século 21.

Vem comigo!

Felipe Menezes/Metrópoles

Você vê algum diferencial de estilo entre a mulher brasiliense e as mulheres de outras regiões?
Existe. Mas é muito difícil de definir. Por exemplo, as meninas de Goiânia são extremamente maquiadas, as mineiras são muito ligadas às tendências de moda. Mas são diferenças sutis. Naturalmente o que mais vejo é uma diferença física muito grande. Quando você vai para o Sul, você vê a predominância de uma origem italiana ou alemã, um biotipo mais nórdico. As da região Norte tem traços mais desenhados e angulosos, então tem mais diferenças físicas que de estilo propriamente dito. É claro que o clima influencia muito, mas fora isso o gosto brasileiro é bem unificado.

O que significa etiqueta hoje em dia?
Etiqueta é a ética do dia a dia.  Então isso vale para qualquer lugar, em qualquer tempo e para qualquer pessoa. Não é uma questão de artificialidade, mas sim um funcionamento levando em conta a existência do outro, um respeito pelo andamento das coisas. Apesar de ética não parecer estar muito na moda ultimamente, ainda é extremamente desejável (risos).

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Qual foi o maior desafio na hora de escrever seu novo livro? Você vê alguma diferença motivacional entre os seis que já foram publicados?
Vejo claramente. Cada livro tem uma intenção e um público que você visa atingir. Por exemplo, no “Chic Profissional”, que é o último que lancei, eu busquei trazer uma direção voltada exclusivamente para o mundo do trabalho. Especialmente como circular e trabalhar nos dias de hoje em um mundo acelerado. O livro anterior era diferente, direcionado para viajantes, e os outros tratavam de assuntos mais gerais – tanto dirigidos para a questão da etiqueta quanto para a questão da moda. Então você mira um público e tenta atender àquelas necessidades.

Em tempos de crise você acha que a moda fica em segundo plano?
Eu vou te dizer uma coisa que eu não deveria dizer, mas eu acho que a moda não está mais tão na moda como já esteve. A moda não é mais um objeto de desejo que já foi dos anos 1980 até os anos 2000. Nesses tempos as pessoas estavam muito mais interessadas nesse universo e hoje eu acho que essa libido está virada para a tecnologia. Antigamente você falava com garotos e eles queriam o tênis da hora ou a calça que estava em alta, hoje em dia é o celular.

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Existe algum No-No fashion? Algo da moda que não se deve usar de jeito nenhum?
Não tem nada que seja proibido. Tudo depende de quem, quando e onde. Evidentemente, tenho coisas de gosto pessoal. Eu, por exemplo, se pudesse proibir alguma coisa, eu proibiria a calça saruel porque eu acho esse estilo de calça a coisa mais hedionda do mundo. Mas muitas mulheres ainda amam e usam até hoje, mesmo o auge dela tendo passado há uns três ou quatro anos.  Eu até brinquei uma vez dizendo que a calça saruel era o modelo mais democrático que eu conhecia porque fica mal em todo mundo (risos).

Para você o que é ser chique?
Sempre termino minha palestra falando sobre isso. Digo a todos que ser chique não é uma questão de aparência bem pensada, mas também uma questão de conteúdo bem cuidado.

Existe alguma pergunta sobre moda que você não gosta de responder?
Há perguntas que eu não tenho resposta mais. Se as pessoas falam assim “me dá uma lista de básicos para se usar no dia a dia” ou então “me dá uma lista de peças que preciso ter no meu guarda-roupa”. Não tenho respostas para isso porque isso acabou.  Tudo depende muito mais do estilo da pessoa porque não existe algo fixo. É impossível dizer que tem uma coisa que não usa mais, porque vivemos numa era que tudo depende de quem, da hora e de onde. Então quando me pedem listas ou algo que precisa ter no closet, eu não consigo responder.

Felipe Menezes/Metrópoles

O que você acha de roupas tecnológicas?
A moda hoje está muito difícil de ser renovada. As tendências dão voltas e acabam indo para os mesmos lugares. O que mais vemos é uma revisitação de décadas sem fim. E isso acontece porque tudo já foi feito. Não tem um comprimento de saia ou corte que não tenha sido explorado. Já foi curto, comprido, médio, largo, cortado no meio. Então o que pode um dia renovar a moda é a tecnologia.

Claro que houve melhoria nos tecidos. Bons exemplos são a fibra stretch, que ajuda a roupa a ficar mais cômoda, e as roupas que ajudam na performance esportiva. Mas aquele tecido inteligente que esquenta no frio e esfria no calor ou que muda de cor dependendo do clima ainda não existem. Por isso sempre digo que é através da tecnologia que eventualmente pode aparecer uma renovação da moda.

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