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UnB: computadores furtados da reitoria são vendidos na internet

CPUs custam R$ 275 cada. Servidores denunciam o desaparecimento de equipamentos após ocupação do prédio da reitoria

atualizado

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Igo Estrela/Especial para o Metrópoles
reitoria ocupada unb
1 de 1 reitoria ocupada unb - Foto: Igo Estrela/Especial para o Metrópoles

A comercialização de computadores e objetos furtados na reitoria da Universidade de Brasília (UnB) preocupa servidores da instituição. Além do prejuízo, os itens surrupiados contêm informações sobre pesquisas acadêmicas que dificilmente serão recuperadas. E mais: dados pessoais de alunos e servidores da maior universidade pública do Distrito Federal estão armazenados em discos rígidos levados durante a última ocupação do prédio promovida por estudantes.

Em um site de compra e venda, há imagens de duas CPUs com etiquetas de identificação de patrimônio da UnB. Cada uma é comercializada por R$ 275. O anunciante, que se apresenta apenas como Murilo, não se preocupou em esconder o indício da procedência criminosa.

A descrição do produto é curta, mas, nas fotos, segundo servidores da própria universidade, é possível notar que os objetos anunciados se tratam de computadores que pertenciam à instituição de ensino. De acordo com funcionários da UnB, as peças são idênticas às desaparecidas e, embora nas imagens as etiquetas não estejam nítidas, são exatamente como os demais equipamentos semelhantes aos da reitoria.

OLX/Reprodução
O computador, segundo denunciam servidores da UnB, é da universidade

 

Ainda não há um balanço oficial de todo o material que desapareceu do prédio da reitoria durante a ocupação de estudantes – de 12 a 30 de março –, mas há duas investigações em curso para mensurar os danos: uma na Polícia Federal, outra na Polícia Civil.

A primeira apura prejuízos ao patrimônio como janelas e portas quebradas. O objetivo da segunda é identificar os autores e recuperar o material furtado.

Preocupados, servidores registraram os casos no sistema da universidade e na 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte). Além dos equipamentos, foram levados objetos pessoais, como casacos e canecas.

Confira alguns dos casos relatados na rede interna da instituição:

Reprodução

 

A UnB informou, por meio de nota, que “está concluindo o levantamento dos danos decorrentes da ocupação e, conforme previsto no Termo de Acordo firmado com o movimento, apresentará o levantamento a representantes do grupo”.

A previsão é de que o encontro aconteça nesta sexta-feira (11/5). O objetivo dos representantes da universidade é “discutir a possibilidade de reparação aos danos causados”.

Procurado pela coluna, o Movimento Ocupe a UnB disse estar colaborando com as investigações e se mobilizando para o caso de terem que arcar com os prejuízos. De acordo com informação de representante à Grande Angular, os estudantes promoveram vaquinhas e buscam alternativas para conseguir dinheiro.

Ocupação
Os estudantes ocuparam a reitoria da UnB por 19 dias. O movimento é decorrente da maior crise financeira enfrentada pela instituição de ensino. Duras medidas foram anunciadas, como a demissão de estagiários e de terceirizados. A contenção de gastos desagradou a comunidade acadêmica, que deflagrou movimentos para manifestar a indignação ante os problemas da universidade.

As contas da UnB não fecham, e a estimativa é de que o rombo de 2018 fique em R$ 92,3 milhões. Para tentar equilibrar as finanças, a instituição vai precisar cortar R$ 39,8 milhões em despesas.

Em contrapartida, terá de aumentar a receita em R$ 50,8 milhões, e isso inclui remanejamentos orçamentários para atender às necessidades de custeio das atividades acadêmicas. A universidade ainda precisa elevar o teto orçamentário, pois corre o risco de não conseguir usar o que captar.

Confira imagens da desocupação da reitoria da UnB:

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