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Eleição de Joe derrota Rollemberg, põe PT no limbo e abala PSDB

Conheça os bastidores das eleições da Mesa Diretora e entenda como fica o cenário político a partir da vitória de Joe Valle

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
rodrigo rollemberg
1 de 1 rodrigo rollemberg - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Numa sessão eletrizante, os deputados distritais elegeram nesta quinta-feira (15/12) Joe Valle (PDT) para presidir a Câmara Legislativa pelos próximos dois anos. O que podemos entender dessa movimentação política:

1) Joe tem um bom currículo e, até onde se sabe, sem máculas na vida pública. Uma vantagem em relação a vários de seus pares.

2) O novo presidente chega ao cargo de comando da Casa com uma bagagem que traz da iniciativa privada. Paralelamente à carreira de político, ele ostenta uma boa performance na vida empresarial. É dono da empresa de alimentos orgânicos Malunga. Ser bem posicionado nos negócios não será certeza de sucesso na administração do Poder Legislativo, mas o ajudará nas decisões sobre gestão.

3) A vitória de Joe é a derrota do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Os dois foram aliados até bem pouco tempo atrás, quando o distrital ocupava vaga de secretário no GDF. Eles se distanciaram recentemente e o afastamento ficou ainda maior quando o pedetista resolveu se lançar candidato. A opção de Rollemberg era Agaciel.

4) O PT sai enfraquecido da disputa. Apostou numa composição com Agaciel, contestada pela própria executiva do partido. Queria estar mais perto do comando da Casa e negociou a vice-presidência com o governo. Terminada a eleição, fica em um limbo, sem posição de destaque na Câmara, nem uma aliança consolidada com o GDF.

5) Abatida pela avalanche da Operação Drácon, Celina Leão mostrou que, apesar do afastamento judicial da presidência, continua forte nos bastidores da Câmara. Ao lado de Joe, ela responde por boa parte das articulações do chamado blocão, que deu vitória ao pedetista.

6) Vai ter climão entre Rollemberg e Izalci Lucas. Na noite desta quarta-feira (14/12), o governador telefonou para o deputado federal que preside o PSDB local e pediu a ele apoio para conquistar o voto de Robério Negreiros. Os três se reuniram na casa de Izalci, na QL 12 do Lago Sul. E chegaram a selar uma aliança que incluía a ida do PSDB para a base de apoio a Rollemberg.

7) Robério Negreiros foi o voto que, no fim das contas, decidiu as eleições da Casa. Até horas antes da sessão, o voto dele estava prometido para Agaciel. O distrital, no entanto, sentiu-se traído e enfrentou o próprio partido. O seu apoio estava condicionado a ele ocupar uma das secretarias da Mesa Diretora. Mas os governistas acabaram negociando o cargo com Delmasso. A reviravolta lhe rendeu a 2ª Secretaria.

8) A eleição do grupo formado em torno de Joe eleva também o poder de Wellington Luiz (PMDB) na política local. Representante dos policiais civis na Casa e uma das vozes grossas de oposição ao governador Rollemberg, o distrital passa a ter um poder maior de fogo a partir de agora.

9) Tadeu Filippelli foi o avalista do voto de Liliane Roriz (PTB) ao blocão, considerado importante numa disputa acirrada. Até os momentos finais da eleição, havia uma ponta de desconfiança na composição improvável entre Liliane, Celina e o grupo de distritais que a petebista denunciou ao Ministério Público. De olho em 2018, o grupo passou por cima das atuais desavenças e emplacou uma derrota ao Palácio do Buriti.

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