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É Natal: calce os sapatinhos, abra a janela e vá atrás do que te faz feliz

O mundo continua farto e generoso. Só que, crescidos, temos de ir à luta para encontrar tudo aquilo que nos faz bem

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O Natal talvez seja, entre todos os clichês, o maior deles. Presentes, presépio, peru, árvore, uvas-passas, farofa, tênder, luz, chuva, bons presságios, uma certa angústia, vontade de abraçar e de chorar por aqueles que não mais podemos tocar.

Se nossa memória afetiva é capaz de traçar em minúcias um roteiro desta data, por que ainda somos tão tocados por ela? Veja que mesmo quem não curte Natal, não consegue passar indiferente. É um dia de reunião ou de solidão, de chegadas e de partidas. Dia de reflexão, quando iniciamos o nosso processo de faxina mental para o ano novo. Como se tivéssemos a chance de zerar o cronômetro de nossa existência.

Frear o relógio da vida é impossível. Mas temos nossos mecanismos para compensar os limites que a física impõe. De alguma forma podemos, sim, acessar aquilo que deixamos para trás. E resgatar relacionamentos que a vida atropelou, desejos que a fase adulta deprimiu, metas que o passar dos anos constrangeu.

Quando nos permitimos recomeçar, estamos, de certa forma, driblando o passar do tempo. Não o do relógio, mas aquele cujo ritmo é ditado pelas batidas dos nossos corações. Aprender a dançar aos 60, começar a correr aos 40, casar de novo aos 70, mudar de emprego aos 50.

Todas as decisões que aceleram nossos batimentos exigem coragem, mas nos fazem revisitar a infância, quando os embrulhos de Natal chegavam pelas janelas, apareciam misteriosamente debaixo da árvore, atraídos pela força de simpáticos sapatinhos.

O mundo continua farto e generoso. Só que, crescidos, temos de ir à luta. Neste Natal, abra as janelas, calce os sapatos e corra em busca de tudo o que te faz feliz. Um excelente Natal!

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