Diretores do Iges-DF criticaram ex-presidente: “Não tinha competência”

Em moção de protesto e repúdio, diretoria executiva do Iges disse que Paulo Silva queria interferir politicamente em ações da Controladoria

Manoela Alcântara ,
Isadora Teixeira
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Quinze dias antes de o diretor-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal, Paulo Ricardo Silva, ser afastado do cargo, uma moção de protesto e repúdio assinada pela diretoria executiva do Iges-DF dizia que Silva “não possui condição e competência de gestão para permanecer no cargo”. Ele foi deposto da vaga nesta quinta-feira (4/2).

No documento, escrito antes da decisão de afastamento, tomada durante reunião do Conselho de Administração, os diretores da entidade questionaram o fato de Paulo Silva não ter concordado com a exoneração do superintendente do Hospital de Base do DF, Lucas Seixas, em 16 de janeiro.

Na ocasião, o secretário adjunto de assistência à Secretaria de Saúde, Petrus Sanches, solicitou a exoneração de Seixas devido à condenação dele em segunda instância pelo crime de homicídio culposo. “O diretor-presidente manifestou discordância à orientação, o que demonstra falta de zelo com a imagem do Iges-DF”, considerou a diretoria-executiva do instituto no documento.

Sem experiência

Eles alegam que a contratação de Denilson Campello dos Santos, superintendente de Inovação, Ensino e Pesquisa, não ocorreu mediante exigências do cargo.

“Verifica-se que Denilson não possui requisitos mínimos para ocupação do cargo. Não tem experiência em Programa de Certificação nem perfil técnico que o cargo requer, o que aparenta tratar-se de indicação firmada apenas no interesse pessoal”, diz ainda a moção.

Controladoria Interna

Outra reclamação é sobre uma possível interferência política do ex-diretor do Iges nas atividades da Controladoria Interna.

Os diretores relataram “pressão inconveniente” para que a controladoria opinasse favoravelmente a processos que disseram ser de interesse do então presidente.

Segundo eles, Paulo Silva queria a aprovação para contratar empresa especializada no fornecimento ininterrupto de alimentação hospitalar. Sem a aprovação, Silva teria demitido o responsável pela área. Porém, a responsabilidade de demitir tal profissional, se fosse o caso, seria o secretário de Saúde Osnei Okumoto.

Escolha

Silva foi escolhido presidente do Iges-DF em setembro de 2020. Antes, ele atuava como secretário adjunto Executivo de Saúde.

Procurado pela coluna Grande Angular, Silva preferiu não comentar.

O Iges-DF é mantido com dinheiro público por meio de repasses da Secretaria de Saúde. O instituto é responsável pela gestão do Hospital de Base, Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e das unidades de pronto atendimento (UPAs) da capital federal.

Recentemente, a Secretaria de Saúde e o Iges-DF tiveram uma discordância. É que o secretário adjunto de Assistência à Saúde, Petrus Sanchez, pediu que Silva exonerasse o superintendente do Hospital de Base, Lucas Seixas Doca Júnior, por ele ter sido condenado em 2ª instância em razão da morte de uma paciente. O presidente do Iges-DF, contudo, se negou.

O Conselho de Administração é presidido pelo secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto.

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