Os bares e restaurantes do Distrito Federal continuam amargando perdas decorrentes da pandemia do novo coronavírus. A estimativa do Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) é de que o setor tem faturado, em fevereiro de 2021, mês do Carnaval, 50% menos em relação ao mesmo período de 2020.
A crise sanitária estourou no Brasil durante o ano passado, após o tradicional feriado. Entre a confirmação do primeiro caso da doença no país e o Carnaval de 2021, passaram-se quase 12 meses e diversas medidas foram impostas para evitar que o vírus proliferasse ainda mais.
No DF, as festas carnavalescas estão proibidas até o próximo domingo (21/2). Bares e restaurantes podem funcionar, desde que observem regras como funcionamento até o limite de 50% de ocupação e proibição de dança entre clientes.
“É uma situação muito difícil: o empresário tem de sobreviver com 50% de faturamento, enquanto, no ano passado, sobrevivia com 100%. Todos pegaram empréstimos, estão devendo contas, estabilidade para o empregado e impostos que não pagaram”, disse à coluna Grande Angular o presidente do Sindhobar, Jael Antônio da Silva.
A queda na arrecadação havia sido apontada pela Secretaria de Economia do DF. Um levantamento da pasta indicou recuo de 40,7% no faturamento dos estabelecimentos, entre fevereiro e outubro de 2020, em relação ao mesmo período do ano anterior. Caiu de R$ 3.604.233.530,37 para R$ 2.137.388.023,43.
A expectativa do sindicato era de que, em fevereiro de 2021, houvesse aumento de até 15% no movimento em relação a janeiro. Porém, as chuvas registradas durante o Carnaval espantaram parte da clientela, de acordo com o presidente do Sindhobar. O crescimento teria ficado em torno de 10%: “Na verdade, teve movimento bem razoável, mas a chuva atrapalhou. É um pouco melhor do que o mês de janeiro”.
Veja fotos da fiscalização dos estabelecimentos no Carnaval:
1/14De olho no Refis
Conforme levantamento do Sindhobar, 2.560 bares e restaurantes da capital federal não sobreviveram à crise e fecharam as portas até dezembro de 2020. Hoje, funcionam aproximadamente 9,6 mil empresas.
Diante das dificuldades financeiras dos sindicalizados, o Sindhobar vai reivindicar que o Programa de Incentivo à Regularização Fiscal (Refis) inclua os débitos referentes ao período da pandemia, segundo Jael da Silva.
O Governo do Distrito Federal (GDF) enviou à Câmara Legislativa do DF (CLDF) um projeto para ampliar o prazo de negociação até 31 de março de 2021. Apenas as dívidas geradas até 31 de dezembro de 2018 poderiam ser alvo do acordo. A proposta de prorrogação do Refis ainda não foi votada pelos deputados distritais.
Débitos de 2019
Sobre a inclusão dos débitos tributários referentes a 2019 no Refis, a Secretaria de Economia informou, em nota, que o programa de refinanciamento do ICMS depende de disponibilidade orçamentária e “só pode ser feito mediante anuência do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz)“.
“Portanto, a pasta não tem autorização para ampliar o programa além dos limites atuais”, frisou.
De acordo com o órgão, os dados sobre faturamento e arrecadação do mês de fevereiro estarão disponíveis em março, na apresentação do Relatório de Arrecadação Mensal. Contudo, o registro é feito por mês e não há recorte para os dias do Carnaval, conforme pontuado pela secretaria.