Bolsonaro se cala sobre motim da PM e apoiadores chamam ato

Enquanto o presidente se cala sobre motim no Ceará, seus seguidores se mobilizam para protesto contra o Congresso e STF no dia 15 de março

Eumano Silva
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Pelo comportamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seus seguidores, conclui-se que a ideia da direita mais radical é apostar na instabilidade social a curto prazo. Sobre o motim de policiais militares no Ceará, movimento claramente inconstitucional, o sempre falante capitão ficou calado, como se não fosse uma grave ameaça à segurança pública.

A indisciplina contraria a doutrina da Forças Armadas. A politização na caserna levou ao golpe de 1964 e, para manter a ordem, a ditadura devolveu os militares aos quartéis. Ao calar-se sobre o motim, o presidente subverte nas PMs a hierarquia estabelecida pelos generais presidentes para as corporações fardadas. Isso não valia, claro, para os porões onde opositores eram torturados, mortos e desaparecidos.

Vale lembrar que Bolsonaro foi eleito com a promessa de melhorar a segurança dos brasileiros. O envio das FAs para a garantia da lei e da ordem no Ceará, evidentemente, atenua os efeitos do movimento ilegal sobre a população. Os ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, se posicionaram contra a greve ilegal. Mas a semente da desordem está plantada no Ceará e em outros estados.

Nas redes sociais, bolsonaristas convocam a população para uma manifestação contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 15 de março. São estimulados pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, insatisfeito pelo poder dos parlamentares sobre a execução do orçamento. Este é o Brasil de nossos dias.

 

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