O T5, SUV médio da JAC, chega com câmbio automático e bem “completão”
Empresa, porém, mantém preço cobrado pela versão com transmissão manual, de R$ 69.990. Motor é 1.5 JetFlex de 125/127 cv de potência
atualizado
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O controlador da JAC Motors do Brasil, Sérgio Habib, comunica-se tão bem à frente de uma plateia que até a faz esquecer momentaneamente a razão da palestra: o carro, qualquer que seja, qual seja a marca, que está sendo por ele apresentado.
Desta vez, Habib apresentou – na semana passada – o T5, um SUV médio, agora com câmbio automático CVT (não tem marchas nem pedal de embreagem e apenas as simula de forma continuamente variável).
Depois de 1h20 mostrando inúmeros dados e informações sobre o tamanho da JAC na China, e do mercado de automóveis de lá (veja alguns no fim desse texto), finalmente ele começou a falar sobre o T5.
O JAC T5 chegou ao Brasil em fevereiro deste ano. Mas apenas na versão com câmbio manual. Como o brasileiro é cada vez mais fã do automático, a marca trouxe uma com câmbio CVT, com expectativa de vendas de 300/mês, ou 75% do comércio da JAC por aqui.
O suvinho automático CVT desembarca com o mesmo preço da versão manual de seis marchas, R$ 69.990 (os R$ 5 mil relativos ao câmbio, o que elevaria o preço para R$ 74.990, virou promoção).
O motor é um 1.5 JetFlex de 125/127 cv de potência – o que frustra na condução em estradas devido ao peso do veículo (1.220kg).
O Entre-eixos o conduziu de São Paulo a Campinas, nas excelentes estradas pedageadas da região, e constatou que o torque máximo (15,7kgf.m) só é atingido aos 4.000rpm, ou mais, em caso de necessidade – levando o motor a causar muito barulho, com reflexos dentro da cabine.
Segundo dados da empresa, o T5 automático faz de 0 a 100km/h em 12,3 segundos, com velocidade máxima de 192km/h de velocidade máxima.
Na cidade, porém, a condução é tranquila, bem confortável – tanto em relação à acústica quanto à “troca” de marchas, quase imperceptíveis).
Espaço
O conforto interno ajuda: no teste, na chegada e saída da capital paulista, com tráfego intenso, deu para conferir.
O porta-malas leva 600 litros de bagagem – o que é muito bom. O espaço para quem viaja no banco traseiro pareceu, para quem tem até 1,80m, normal, semelhante aos demais modelos do segmento de SUVs médio.
Os números mostram: ele 4,32m de comprimento; 1,76m de largura; 1,62m de altura; e 2,56m de entre-eixos. Enfim: está na mesma “estatura” média física dos demais colegas de turma, como HR-V e Renegade.
Vida a bordo
O acabamento, apesar do excesso do uso de plástico – e logo daqueles duros, “sensível ao toque” – é bom. E se levarmos em conta o preço que está sendo cobrado e o pacote de equipamentos ofertado, então…
Bem, a oferta de equipamentos é boa. Na versão básica, além dos obrigatórios ABS e airbag duplo, há controle de tração, monitoramento de pressão dos pneus, direção elétrica e ar-condicionado digital automático.
E mais câmera de ré e um computador de bordo com consumo médio, instantâneo, autonomia, velocidade média e tempo de viagem.
As versões mais caprichadas levam ainda, bancos de couro, faróis de neblina, rack de teto, Isofix, controle de estabilidade e luzes diurnas de LED (a tal DRL) e até uma central multimídia com função de espelhamento de smartphones.
Ah, importante ressaltar: os freios são a disco nas quatro rodas e todos os passageiros traseiros têm “direito à vida”, pois o encosto de cabeça central e cinto de três pontas são de série.
A garantia é de 6 anos e a marca oferece, como tem virado padrão, um plano de revisões a preço fixo – com cesta de peças de custo padrão para o segmento.
Curiosidades sobra a JAC, o Sérgio Habib, o mercado chinês etc
a) Habib é dono de 47 concessionárias de seis diferentes bandeiras, incluindo marcas de luxo, como Jaguar (já teve 90). Desse total, 22 são JAC (todas no país, por sinal).
Filho de judeus franceses de origem turca e russa, começou a carreira com a marca Citroën (era o presidente da marca no país e dono de todas as concessionárias).
b) A China consumia 18 milhões de carros em 20102; o Brasil, certa de 3,4 milhões. Os Estados Unidos, um pouco mais de 12 milhões.
c) Este ano, o Brasil não passa dos 2 milhões. Os EUA, 17,3 milhões. A China? Impressionantes 26 milhões. A China vai consumir apenas um mês mais do que consumiremos em um ano.
d) Pelo menos 28% de todos os carros fabricados no mundo são fabricados na China (incluindo parte de marcas famosas, como Mercedes-Benz, por exemplo).
e) O share de vendas na China é curioso: a alemã VW é dona de 14,8% das vendas por lá: são 4 milhões de carros, o dobro de tudo que o Brasil produz por ano. Aliás, a VW cai tanto no Brasil a cada ano que talvez justifique, como informou o Automotive Business, o fato de o país nem sequer ter sido citado no plano Transform 2025+, aprovado por seu conselho de administração na terça-feira, 22, na sede da companhia em Wolfsburg. A GM tem 11,8% de share. A JAC é a terceira, e a 7ª no mundo em volume de vendas.