Pets veganos? Novo estilo de alimentação causa polêmica
As empresas desse segmento já faturaram mais de R$ 1 milhão com a venda de rações, petiscos e até “ossos” veganos
atualizado
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Não há dúvidas de que o mercado pet está crescendo em todo o mundo. As investidas nesse segmento não param e, agora, começam a acompanhar também os modismos, hábitos e até mesmo as dietas humanas. A nova aposta do momento são os snacks e rações veganas para cães e gatos.
Uma das maiores empresas de produtos saudáveis do segmento, a VegPet faturou mais de R$ 1 milhão com a venda de rações, petiscos e até mesmo “ossinhos” veganos apenas em 2017. Além disso, o e-commerce da marca movimentou mais de 20 mil pedidos no mesmo ano.
Esse mercado está longe de parar. Novas marcas têm se lançado no segmento e apresentado a nova moda aos brasileiros. É o caso da Veggie Animals e da Snackel, além da já citada VegPet.
Muitos tutores questionam se a escolha é realmente saudável para os pets. Especialista em nutrição de cães e gatos, a médica veterinária Paloma Santana afirma que esses animais necessitam de alta quantidade de proteína para atender suas exigências nutricionais e, dificilmente, uma alimentação vegana atenderá ao perfil nutricional.
“Por serem predadores, evolutivamente suas principais fontes eram outros animais e, até hoje, a demanda de seus nutrientes é semelhante à composição de suas presas. Então, esses snacks são para entretenimento do animal. Rações veganas dificilmente podem substituir refeições”, afirma.
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As rações veganas são feitas à base de arroz, milho e vegetais. Um pacote de 1 kg chega a custar R$ 197,90 Reprodução/VegPet
Os "ossos" veganos são vegetais e feitos à base de milho, cevada, trigo e batata Reprodução/VegPet
Os biscoitos veganos e orgânicos são feitos à base de fécula de mandioca, farinha de arroz e óleo de soja orgânico Reprodução/VegPet
Os bifinhos veganos são feitos à base de proteína texturizada de soja e farinha de vegetais Reprodução/PetVeg
Existem também rações à base de quinoa, grão de bico e cenoura Reprodução/VegPet
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Paloma acrescenta que o caráter carnívoro dos pets deve ser lembrado e respeitado e que qualquer mudança na alimentação precisa ser feita com autorização e formulação da dieta por um médico veterinário especializado, para que não haja deficiências nutricionais.
“Existem estudos que provam que os alimentos preferidos de cães e gatos são carnes e vísceras. Retirá-los da alimentação para impor um hábito que os seres humanos escolhem por motivos pessoais ou sociais violam os pilares da liberdade nutricional e da expressão do comportamento natural das espécies”, declara.
O produtor musical Pedro Saraiva é vegetariano há três anos e vegano há um mês. Ele tem um gato e defende que os animais também podem adquirir nutrientes e boa alimentação passando longe da proteína animal.
Entretanto, o jovem acredita que a melhor alimentação que ele pode oferecer ao seu bichinho seria a natural, livre de industrializados.
“Eu evito dar snacks porque a concentração de sódio nesses alimentos é muito alta, e não acho que seja algo interessante. No entanto, acredito que a dieta vegana para os animais seja atrativa”, pondera.
