Notícia triste para os brasilienses: a capital se despede de Marta de Azevedo Baena, figura ímpar do cerimonial público e do judiciário, vítima de um acidente caseiro que levou ao fraturamento do fêmur. No hospital, Marta sofreu duas paradas cardíacas que causaram seu falecimento, no último sábado (4/7).

A gaúcha foi chefe de cerimonial do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior do Trabalho. Além disso, atuou no Superior Tribunal Militar e no Tribunal Superior Eleitoral, orquestrando posses de renomadas autoridades.

Marta é autora do livro Cerimonial Contemporâneo, lançado em 2014, juntamente à colega e cerimonialista Sergina Pedrosa. Além disso, integrava o Comitê Nacional de Cerimonial e Protocolo (CNCP Brasil) e a Academia Brasileira de Cerimonial e Protocolo (ABCP).

Bem relacionada, a servidora conquistou a aposentadoria, mas concretizou sua amizade com personalidades importantes, como os ministros do STF, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello; a desembargadora do TJDFT Sandra de Santis; a presidente do TST, Maria Cristina Peduzzi; e Maria Elizabeth Rocha, ministra do STM.

“Nos despedimos de Marta Baena, grande amiga da família. Somos muito gratos por tudo que Martinha representou em nossas vidas. Nossos sentimentos aos amigos e familiares”, afirma Gilmar Mendes à coluna Claudia Meireles.

“Ela era a pessoa mais alegre que eu conheci”, declara a filha Tatiana de Azevedo.

No Instagram, a servidora do STJ Ketlin Feitosa homenageou a amiga com palavras saudosas. “A Martinha era um anjo na minha vida. Um anjo de asas e cabelos coloridos que só tinha uma missão: dar amor. Obrigada, minha amada! O teu amor me ensinou a ser grata por cada minuto de presença ao seu lado”, escreveu.

 

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?? A Martinha era um caso extraordinário. Especial em todos os sentidos. A autenticidade era sua marca registrada. Os cabelos coloridos, as roupas surpreendentes, os colares exagerados, o sorriso largo no rosto revelavam a essência de seu espírito inquieto e ali não havia espaço para a tristeza. São tantas estórias que temos juntas, tantos momentos divertidos e felizes.. posso dizer que fui muito privilegiada em ter sua companhia presente em minha vida. Há anos os meus sábados eram marcados por seu abraço apertado e a certeza de que comeria feliz um prato de massa ao sugo no estilo família Tufão. A mesa cheia, todos falando junto e misturado qualquer assunto onde o resultado era sempre a alegria. Terminava o almoço, ela se sentava ao meu lado, pegava em minha mão e dizia: “Ai, Keké .. te amo tanto! Te quero como uma filha! Tenho tanta saudade de ti”. Ao nos despedirmos, ela dizia: Sábado que vem estou te esperando! Era o meu sábado de carinho. De enxurrada de amor. O seu gostar por mim era gratuito. Cada vez que eu entrava em sua casa e me deparava com sua coleção de colheres de sopa gigantes, turíbulos pendurados, quadros do chão ao teto ou tapetes uns por cima dos outros, percebia o quanto ela era intensa. Tudo o que emanava dela era muito. Muito amor, muito carinho, muito abraço, muito sorriso e tb muito choro. Sim, pq já choramos demais juntas. E como ela me consolou e me deu colo. Cada término de namoro, os incontáveis noivados, ela estava lá firme e forte ao meu lado. Na hora do aperto, aparecia a Martinha bruxa. Era o momento do tarô. Ali ela dizia: “Olha como eu estou boa hoje!”. E ali ficávamos sonhando com o futuro, com as realizações no amor e no trabalho ou com as preocupações de família. A Martinha era um anjo na minha vida. Um anjo de asas e cabelos coloridos que só tinha uma missão: dar amor. Obrigada, minha amada! O teu amor me ensinou a ser grata por cada minuto de presença ao seu lado. #luto #coracaopartido

Uma publicação compartilhada por Ketlin Feitosa Scartezini (@ketlinfeitosa) em 5 de Jul, 2020 às 6:35 PDT

Já a advogada Guiomar Feitosa compartilhou o carinho pela amiga de longa data com a coluna: “‘Minha Martinha amada’: era assim que a chamava. Minha amiga, minha irmã, minha companheira inseparável nos momentos de alegrias, tristezas e dificuldades. Compartilhamos a esperança, a fé, a determinação e a euforia. Tudo na Martinha era intensidade. Amava demais, sorria demais, falava demais, ajudava demais, iluminava demais. ‘Martinha chegou!’ Essa frase significava ‘a alegria chegou'”.

“Não sei como serão os nossos encontros de família sem a minha amada Martinha! Saudade imensa dos ‘beijos e beijos, beijos e beijos, te amo, te amo, te amo, Guiguiu!’ Agarro-me à certeza de que as luzes e o colorido da alma bondosa e abençoada da minha amada Martinha tragam de volta o meu sorriso. Por agora, vejo o mundo em preto e branco nessa ausência de cores, nesse vazio enorme que tomou conta de mim”,  continuou.

Também amiga e colega de Marta Baena, Andrea Aghisi se pronunciou nas redes sociais:

“Foi ela que, quando iniciei no cerimonial público, me explicou os primeiros passos, abriu seus arquivos impecáveis, me ensinou tudo. Trabalhamos tantas vezes lado a lado, além da amizade e do amor que nos unia”, lamentou a ex-chefe de cerimonial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Antonio Caddah, colega de profissão no STF e detentor de sincera amizade de 20 anos com a gaúcha, expressou seus sentimentos em postagem no Facebook:

“À minha maestra e amiga, devo todo meu saber no cerimonial público. Rendo aqui minha admiração e homenagem pelo seu passamento. Que seu caminho seja iluminado”, publicou.

Empresária por trás da loja de acessórios e café Confraria, Ana Paula Ávila manifestou suas lembranças com a cliente e amiga do peito: “Sentirei muitas saudades Martinha. Te amo, minha querida amiga”, escreveu no Instagram.

A assessoria do cerimonial da presidência do TST comunicou, em um e-mail, o falecimento da servidora:

A colega Katia Albuquerque também se expressou após saber da triste notícia:

 

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Uma amiga e grande profissional nos deixou ontem, em Brasília. A notícia foi recebida com tanta tristeza que pensamos diversas vezes em uma maneira de prestar uma homenagem à altura da sua grandeza profissional, simpatia e liderança por tantas décadas no cerimonial brasileiro. Minha confreira na Academia Brasileira de Cerimonial e Protocolo, autora do livro “ Cerimonial Contemporâneo, junto com a amiga @serginabarros. Contudo, muito antes de nos tornarmos pares no sodalício, a conheci na lide do cerimonial judiciário, com uma história longeva e colecionando muito sucesso. Certamente, agora, junto ao Senhor, nosso criador, terá uma linda missão na eternidade. Nos solidarizamos com seus filhos e parentes neste momento. Nossos profundos sentimentos.? #katiaobalbuquerque #cncpbrasil #abcp #cerimonialjudiciario #martabaena

Uma publicação compartilhada por Katia Albuquerque| Mentoria (@katiaobalbuquerque) em 5 de Jul, 2020 às 5:13 PDT

Marta Baena deixa o marido, Eduardo; duas filhas, Tatiana de Azevedo Baena, secretária-geral da Presidência do TST, e a servidora Andrea Baena de Mesquita; e quatro netos.

A coluna Claudia Meireles presta condolências aos familiares e amigos de Marta Baena.

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