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Janot: “Corrupção e facções criminosas têm a mesma natureza”

O ex-procurador-geral da República falou sobre a Lava Jato e dispositivos usados para combater o crime em palestra de Universidade

atualizado

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Rodrigo Janot na Uniceub
1 de 1 Rodrigo Janot na Uniceub - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot realizou, nesta terça-feira (27/08/2019), uma aula magna sobre corrupção para os alunos de Direito do UniCEUB. Antecessor da atual PGR, Raquel Dodge, Janot esteve à frente do cargo durante diversas fases da Operação Lava Jato e compartilhou com os estudantes a experiência.

“A corrupção não é um fato exclusivamente brasileiro, há um histórico de corrupção mundial. O combate à corrupção é um movimento relativamente recente, ela ainda foi tolerada por algum tempo. Na década de 70, a história mostra que iniciou um movimento direcionado de combate à corrupção em todo o mundo”, pontuou ele, ao comentar casos de corrupção internacionais.

Janot comparou estruturas de corrupção ligadas a grandes grupos econômicos com facções criminosas, destacando que a diferença entre elas é a base de cada uma. “Corrupção e facção são exemplos de crime organizado. A primeira é baseada em inteligência e a segunda baseada em sangue, ambas se assemelham na natureza de crime organizado”, observou. O ex-PGR ainda avaliou que os dois tipos de organizações criminosas podem se misturar, dependendo do fato envolvido.

Em relação à Lava Jato, Janot apresentou histórico de prisões políticas e apreensões de dinheiro fruto da corrupção. Muitos dos casos, ele participou ativamente, pedindo a detenção de figuras como o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. “O combate à corrupção é feito baseado em planejamento, prevenção e repressão. É o tripé estrutural de combate ao crime”, finalizou Janot.

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