Vídeo: polícia investiga tortura contra homem que criticou atos em SC

Segundo advogado, vítima foi sequestrada e forçada a declarar apoio às manifestações após criticar o movimento bolsonarista

atualizado 24/11/2022 17:17

homem vítima de tortura após criticar atos antidemocráticos Reprodução

A Polícia Civil de Santa Catarina abriu inquérito na terça-feira (22/11) para investigar bolsonaristas flagrados forçando um homem a participar de atos golpistas no último domingo (20/11) em Itapema, no litoral norte do estado. As imagens circulam nas redes sociais e mostram o homem, de 41 anos, sofrendo diversos tipos de abuso. A polícia trabalha com hipótese de tortura.

Segundo a defesa da vítima, o homem ficou preso por cinco horas por um grupo de cerca de 40 manifestantes, que o atraíram para o local por uma emboscada.

“Estou aqui me retratando, tomando café com o povo do Bolsonaro, com brasileiros”, diz o homem, no vídeo.

No local, ele foi forçado a usar um boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) enquanto ouvia diversos xingamentos. Em seguida, de acordo com o advogado, foi arrastado e forçado a participar de bandeiradas pró-Bolsonaro.

Assista o vídeo abaixo:

Vingança

Na última sexta-feira (19/11), a vítima compartilhou com pessoas próximas uma filmagem em que ironizava os atos antidemocráticos. Nela, o homem aparece dizendo que foi “tomar um café e beber uma água” com os apoiadores de Bolsonaro. A defesa acredita que alguns bolsonaristas catarinenses tiveram acesso ao conteúdo e decidiram se vingar.

Na tarde de domingo, a vítima recebeu um telefonema para buscar um sofá em um edifício no bairro Meia Praia. Ao chegar lá, porém, foi surpreendida. “(Meu cliente) chegou ao endereço e já foi cercado pelo grupo. Eles tomaram os pertences dele, a chave da kombi, carteira e o agrediram, humilharam. Depois colocaram ele dentro de uma Hilux, estava sem liberdade total, e o levaram até a BR-101, onde ocorriam as manifestações”, relata o advogado Marcelo Saccardo Branco.

O homem só foi liberado pelos agressores às 20h de domingo, cinco horas depois, mas continuou recebendo mensagens de ameaça caso algum boletim de ocorrência fosse registrado. O crime segue em investigação pela Polícia Civil.

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