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Vídeo: Contarato cobra que Senado “transforme em atos” solidariedade após expor homofobia

Em entrevista ao Metrópoles, o senador destacou que a Casa “fecha sistematicamente as portas para a população LGBTQIA+

atualizado

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Rachel Sheherazade entrevista Contarato
1 de 1 Rachel Sheherazade entrevista Contarato - Foto: null

Em entrevista ao Metrópoles, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) afirmou que “mantém os pés no chão” diante da avalanche de manifestações de solidariedade após expor, durante uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, um ataque homofóbico que sofreu do empresário Otávio Oscar Fakhoury.

Contarato destacou que o Senado “fecha sistematicamente as portas para a população LGBTQIA+”. “Todos os direitos, como direito ao casamento, direito à adoção, direito ao nome social, declaração de imposto de renda conjunto, recebimento de pensão em caso de morte, criminalização da homofobia, doação de sangue, todos se deram pela via inadequada, se deram pelo poder Judiciário. A via adequada é o legislativo”, disse (confira a partir de 14’).

O empresário, que é acusado de disseminar fake news sobre a pandemia, publicou a seguinte postagem sobre Contarato: “O delegado homossexual assumido talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário. Quem seria o perfumado que o cativou?”. Isso porque Contarato fez uma publicação em que troca “flagrancial” por “fragancial”.

O senador contou que dias após o episódio participou da reunião de líderes do Senado e desafiou os parlamentares a “transformarem os atos de solidariedade em atos concretos”. Uma das sugestões foi a criação de leis que garantam os direitos conquistados por meio de decisões judiciais. “Hoje o Supremo [Tribunal Federal] tem uma composição, amanhã pode ter outra”, argumentou.

Primeiro senador assumidamente gay eleito na história do Congresso Nacional, Contarato defendeu que pessoas LGBTQIA+ participem de espaços políticos. “Entrem em um partido. Se você não quiser ser candidato, não tem problema. Você vai ajudar a construir um projeto para o município, para a câmara de vereadores, para assembleia legislativa, para o governo estadual, para a Câmara dos Deputados, para o Senado, para o país”, disse (28’).

Família
Contarato falou do temor que a exposição do assunto atingisse sua família e compartilhou trechos da conversa ao telefone com o marido e os filhos após a sessão da CPI. “Ele disse ‘nós estamos te esperando’. Eu olhei para o meu filho e olhei para minha filha. Dá um negócio viver em um país assim. Nós temos, ainda, dois pontos para superar. Primeiro é um casamento com relação homoafetiva, segundo que meus dois filhos são negros. Nós vivemos num país preconceituoso. Eu nem iria voltar [para o ES], mas ele falou isso, e não precisou falar mais nada”, contou emocionado.

“Família é onde se semeia e colhe amor. Família não tem orientação sexual”, defendeu o senador. Apesar das manifestações positivas, Contarato contou que também foi criticado. “Eu recebi muito mais mensagens de apoio e solidariedade, mas claro que sempre tem quem fale que é vitimismo, que é pauta sectária”, relatou.

CPI da Covid
O senador afirmou que vê como claras as ações e omissões do governo federal na gestão da pandemia. “O presidente da República apostou no tratamento precoce, isso foi provado. É crime de charlatanismo. Ele apostou na imunidade de rebanho, isso é crime de epidemia qualificada, é hediondo. Provou que nossos irmãos em Manaus morreram por falta de oxigênio, por asfixia”, disse.

“Nós não podemos achar que isso é normal. Foram até ele apontando irregularidades no contrato, ele disse que ia apurar e não apurou. Isso é prevaricação. O que aconteceu na Prevent Senior beira o extermínio. Isso são fatos”, afirmou.

Confira:

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