Vacinação avança, e Brasil chega, em setembro, a 16 dias com mais aplicações de 2ª dose do que 1ª
Após ampliar cobertura vacinal de primeira dose, país bate recorde na aplicação de segunda dose e imunização da população cresce rapidamente
atualizado
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Em setembro, o número de doses aplicadas nos braços dos brasileiros para a desejada imunização contra a Covid-19 foi o maior até o momento, desde o início da campanha de vacinação. Em setembro, até sexta-feira, dia 17, em apenas um dia a aplicação majoritária não foi da segunda dose. Isso indica que a imunização passou a avançar rapidamente e se aproxima do fim.
Entre 1º e 17 de setembro, 16.232.509 de pessoas completaram o ciclo vacinal. O número é relativo a 79,5% do contabilizado em todo o mês de agosto, quando 20.412.793 de pessoas ficaram devidamente imunizadas. Foi também neste mês que o recorde de “segundas doses” foi alcançado; 1.520.435 pessoas se imunizaram na última sexta-feira, dia 17.
Para este levantamento, foram descartadas as doses do imunizante da Janssen, já que para a completa imunização é necessário apenas uma dose de vacina. O imunizante é o único que necessita apenas de dose única.
O levantamento foi feito pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, com base nos dados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa*. No gráfico a seguir, é possível visualizar a mudança no ritmo da vacinação, quando a curva de aplicações para a segunda dose torna-se maior que a primeira:
O cenário de inversão de doses aplicadas demonstra que a campanha de imunização no país pegou ritmo, segundo afirma o médico infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Renato Kfouri: “No ritmo atual, a previsão é de que tenhamos 100% da população do país vacinada ao menos com a primeira dose até o fim do ano”.
A vacinação começou oficialmente no Brasil no dia 17 de janeiro deste ano. Desde então, o país passou por períodos constantes de falta de imunizantes, problemas de logística na entrega de novas doses e denúncias de corrupção na aquisição de vacinas.
Devido aos percalços, no entanto, a preocupação sobre a manutenção do ritmo de vacinados é constante.
Em São Paulo, maior estado do país, a falta da vacina da AstraZeneca fez com que o imunizante da Pfizer fosse eleito como substituto para quem estava com a segunda dose atrasada. Foi também em SP que a Anvisa interditou cerca de 12 milhões de doses da Coronavac, devido ao envase ter ocorrido em um laboratório não autorizado pelo órgão brasileiro.
No Distrito Federal, também faltaram doses, o que fez com que a Secretaria de Saúde não antecipasse na semana que passou novas datas para a aplicação da segunda dose das vacinas para quem tomou AstraZeneca ou Pfizer.
Para a Kfouri o caminho em busca da tranquilidade da população vacinada ainda é longo. “É torcer para finalizar a segunda dose dos adultos, reforçar a dose entre os idosos e imunocomprometidos e ainda vacinar os adolescentes. Isso tudo considerando as variantes e uma população cansada da pandemia”, reflete o especialista
* O consórcio de imprensa é composto pelos veículos G1, O Globo, Extra, Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL.