São Paulo – Preocupada com o atraso das aulas práticas, a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) marcou o retorno presencial para 4/10 e agora busca um caminho para viabilizar essa retomada.
A instituição definiu que cobrará comprovante de vacinação contra a Covid para alunos e professores, e o acesso será liberado 14 dias após a aplicação da segunda dose.
A medida, no entanto, ainda encontra barreiras. A forma como será feito o controle ainda não foi definida pela Comissão Assessora da Reitoria – que tem objetivo de propor diretrizes para o retorno presencial – e há preocupação com aqueles que resistem em tomar o imunizante.
Ao Metrópoles, o reitor Vahan Agopyan afirmou que a universidade está “tentando fazer o convencimento”, “mostramos a importância da vacinação para o indivíduo e para a coletividade”.
{{#values}}{{#ap}} {{/ap}}{{^ap}} {{/ap}}{{/values}} “É lógico que em uma comunidade com 120 mil pessoas, você deve ter algumas que não queiram se vacinar. Nós estamos tentando convencer esse pessoal que não é radical, nem negacionista. Os radicais a gente depois vê o que pode fazer”, disse.
A apreensão, segundo ele, é, especialmente, em relação a manter o distanciamento em unidades com número grande de alunos por sala de aula.
A solução adotada, inicialmente, é a divisão das aulas em blocos ao longo do semestre. Dessa forma, a instituição conseguirá seguir as normas de isolamento, sem prejudicar o desenvolvimento dos alunos.
“Vamos oferecer essas aulas experimentais em outubro, mas vamos ter que repeti-las em novembro, desse jeito dividimos e não prejudica ninguém”, explica Agopyan.
Isso se justifica também porque alguns estudantes não terão completado o esquema vacinal.
Além disso, os cuidados básicos serão mantidos e a instituição prevê a instalação de acrílicos, a disponibilidade de álcool gel por todos os campis e máscaras, que foram desenvolvidas pela própria universidade com a ajuda de costureiras da comunidade.
Outras Instituições
A exigência da USP de comprovante de vacinação inspirou outras instituições a seguir o mesmo caminho. A Universidade Estadual Paulista (Unesp) já anunciou que adotará o sistema. A Universidade de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também estudam medida semelhante.
1/4“Existe um conflito entre os diferentes direitos. É uma discussão institucional ainda. Estamos pensando em como fazer, pois lidamos com duas categorias diferentes, servidores públicos e alunos”, aponta o vice-reitor da instituição, Carlos Frederico Leão Rocha.
Em nota, a UFRJ destaca que “é fundamental que todos se vacinem e que haja vacina para todos”, mas ressalta que “há um conflito entre os direitos sociais e os direitos individuais”, já que existe liberdade de escolha.