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Universalizar sistema de saneamento exige R$ 300 bilhões, diz BNDES

Maria Silvia Bastos, presidente da entidade, acredita que os investimentos deverão ser feitos com recursos privados, que têm interesse no setor em função do retorno gerado com os projetos

atualizado

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EBC/Divulgação
Saneamento básico
1 de 1 Saneamento básico - Foto: EBC/Divulgação

A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, estimou em R$ 300 bilhões os investimentos necessários para ampliar e universalizar a rede de saneamento básico no Brasil. Segundo ela, com a atual crise fiscal, os investimentos deverão ser feitos com recursos privados, que têm interesse no setor em função do retorno gerado com os projetos. Maria Silvia sinalizou que o próprio banco vai financiar estudos sobre as concessões, com recursos próprios, e que espera que o investimento seja ressarcido pelos investidores em caso de “sucesso do leilão”.

De acordo com a executiva, o País tem indicadores de saneamento “na rabeira de países em desenvolvimento”, com cerca de 35 milhões de cidadãos sem água tratada e outros 100 milhões sem conexão com a rede de coleta de esgoto. Além dos três Estados que já têm projetos incluídos no programa de concessões do governo, como Rio, Rondônia e Pará, já há interesse manifestado pelos Estados da Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Norte para realizar concessões no setor.

“Esse é um tema que não tem discussão, no sentido de que tem que ser feito. Os números do atraso são impressionantes. Mais de 50% das escolas não estão conectadas à rede de esgoto. O volume de recursos é muito grande para se universalizar o sistema de saneamento, são necessários pelo menos R$ 300 bilhões. Com a crise fiscal em todos os níveis de governo, somente com o setor privado”, afirmou a presidente após participar do Fórum Nacional, no Rio. Segundo ela, o setor tem “altas taxas de retorno, por isso as concessões podem ser viabilizadas”.

Já há três reuniões agendadas entre os dias 23 e 25 de setembro com representantes dos governos estaduais quando o BNDES apresentará o tipo de apoio desenhado para as concessões de saneamento. As reuniões na próxima semana deverão ocorrer em conjunto com técnicos do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica Federal (CEF).

“Todos os Estados estão potencialmente interessados. Faremos desde a contratação do estudo até a assinatura do contrato”, disse Maria Silvia. “Temos recursos orçamentários previstos. É um investimento que podemos ressarcir na hora do leilão. Se tiver sucesso, a gente ressarce o valor investido. Quem ganhar o leilão, lá na frente, vai pagar os estudos para que a gente possa aplicar isso continuamente”, explicou.

Oi
Um dos principais credores e também acionista da Oi, o BNDES acompanha a evolução do plano de recuperação judicial da operadora de telefonia. De acordo com Maria Silvia Bastos, a instituição não irá se manifestar sobre a disputa entre os principais acionistas e as mudanças na composição do conselho de administração, definidas nesta terça-feira, 13.

“O banco está acompanhando a recuperação judicial como credor; temos garantias e estamos acompanhando plano de recuperação, mas não temos comunicação a fazer sobre movimentos de acionistas”, afirmou a presidente do BNDES.

Nesta terça, foram anunciadas mudanças na composição do conselho de administração da operadora após acordo entre dois dos principais acionistas. A Pharol (antiga Portugal Telecom, maior acionista individual) e o fundo Société Mondiale, ligado ao empresário Nelson Tanure, fecharam acordo que prevê a reorganização do conselho de administração. Ontem, já foram realizadas as primeiras mudanças, com a saída de dois conselheiros.

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