metropoles.com

Unesco estima em 10 anos prazo para restauração do Museu Nacional

Esforços concentram-se em garantir a estabilidade estrutural do prédio e o resgate tanto da coleção quanto dos elementos arquitetônicos

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução/Instagram
Museu Nacional do Rio de Janeiro
1 de 1 Museu Nacional do Rio de Janeiro - Foto: Reprodução/Instagram

A diretora e representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, ressaltou nesta terça-feira (18/9) que o trabalho de conclusão da restauração do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, será bastante longo. “Estimamos algo como cerca de dez anos a partir do exemplo de situações, não iguais de incêndio, mas similares a essa”. Um incêndio de grandes proporções destruiu o interior do edifício e boa parte do acervo de 20 milhões de peças, no dia 2 de setembro.

“É um trabalho de muitos anos. Não existe neste momento nenhuma solução mágica para reconstruir o museu em alguns meses. Temos um longo trabalho de identificação dos escombros, o que são fragmentos de itens do museu”, afirmou, após entrevista coletiva ao lado da chefe da Missão de Emergência da Unesco para o Museu Nacional, a italiana Cristina Menegazzi, e do consultor do Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauro de Bens Culturais, José Luiz Pedersoli Junior, que integra a missão.

“A questão da reconstrução do prédio histórico em si também demanda tempo de identificação dos metais, dos materiais arquitetônicos, das pinturas murais. Acreditamos em um trabalho gradativo, e que, em várias etapas, se poderá ir gradualmente abrindo o museu novamente para visitação da população”, acrescentou Marlova.

A missão, também composta por dois especialistas de Colônia, na Alemanha, está no Brasil desde o último dia 13, onde ficará por dez dias. A Unesco está trabalhando em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Instituto Brasileiro de Museus e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

A partir das visitas técnicas ao museu, Pedersoli Junior informou que as emergências concentram-se em garantir a estabilidade estrutural do prédio e o resgate tanto da coleção quanto dos elementos arquitetônicos sob os escombros.

“É necessário criar rotas de acesso às diferentes salas porque as coleções estavam distribuídas em três pisos para iniciar a operação de resgate. No momento, há uma rota de acesso”, disse o consultor.

A chefe da Missão de Emergência da Unesco para o Museu Nacional informou que umas das possibilidades é empregar tecnologias avançadas como a 3D para a recuperação do acervo. “É uma coleção muito variada.

Alguns objetos são únicos e outros são duplicatas, há muitos objetos do mesmo tipo.O acervo poderia ser reconstituído com doações de outros museus com coleções similares às do Museu Nacional”, avaliou. “A maioria da coleção está inventariada, um aspecto muito importante para saber o que realmente se perdeu”, acrescentou Cristina.

Compartilhar notícia