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Segunda onda de Covid-19 tem mais casos em cidades com menos de 200 mil habitantes

Ao contrário do início da pandemia, agora são os municípios menores que notificam mais infectados pela Covid-19

atualizado

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Povo Guajajara recebe 4,5 toneladas de insumos em ação contra Covid-194
1 de 1 Povo Guajajara recebe 4,5 toneladas de insumos em ação contra Covid-194 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

As últimas quatro semanas epidemiológicas completas tiveram mais casos de Covid-19 notificados em cidades com menos de 200 mil habitantes do que nos municípios mais populosos. É a primeira vez que isso acontece desde o início da pandemia.

Os apontamentos com os casos por cidade são do Brasil.Io, iniciativa que facilita o acesso a dados públicos. Com a ajuda de voluntários, o site sistematiza os boletins estaduais de saúde. Já as informações populacionais são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como o coronavírus veio de fora do país, os primeiros casos da doença foram computados nos grandes centros urbanos. Esses locais encabeçam o ranking de novas infecções até a semana epidemiológica 27. Depois disso e até a semana 46, figuram no topo da lista, alternadamente, cidades com mais de 200 mil habitantes e outras com população inferior a esse número. Desde então, os municípios menores assumiram a liderança inconstante do rol de contaminações.

Esse movimento pode ser observado no gráfico a seguir, que mostra a quantidade proporcional de novos casos por semana em cidades com menos de 200 mil habitantes e nas com mais de 200 mil moradores.

De acordo com a última estimativa do IBGE, as cidades com mais de 200 mil habitantes tem 53,2% dos brasileiros infectados, enquanto os demais vivem nos municípios com taxa populacional superior. Assim, caso a proporção das cidades menores em relação à quantidade de novos casos esteja maior do que isso, há evidência de que o interior está com mais contaminações do que os grandes centros urbanos.

Nas últimas quatro semanas, o índice está acima disso. O gráfico a seguir tem a comparação para todas as semanas epidemiológicas desde o início da pandemia.

Para o epidemiologista Mauro Sanchez, da sala de situação da Universidade de Brasília (UnB), a única explicação para essa diferença seria uma menor adesão dos habitantes de cidades menores às medidas que restringem a circulação do coronavírus.

“As medidas efetivas que temos hoje, distanciamento social, máscara, já estão bem difundidas nos grandes centros urbanos. A epidemia se interiorizou, indo para os municípios menores. O que eu especulo é que esses lugares menores talvez tenham menos capacidade de as populações aderirem a essas medidas, que já viraram rotina nesses grandes centros”, sintetizou.

O especialista acrescentou ainda que “há um cansaço da população em relação às medidas de combate à pandemia. Para isso ter um efeito diferenciado, as cidades menores teriam de estar relaxando mais do que as cidades grandes”.

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