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Governo recua e retira nome do general Sadauskas para a Anvisa

Medida abre especulação sobre uso de cargo como moeda de troca para negociar reforma da Previdência, o que o ministro Mandetta nega

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1 de 1 paulo-sérgio-sadauskas-840×577 - Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOK

Um mês depois de enviar ao Senado o nome do general Paulo Sérgio Sadauskas para a vaga que está em aberto na diretoria colegiada da Anvisa, o governo Bolsonaro recua e retira a indicação. Nesta sexta-feira (15/3), o Diário Oficial da União (DOU) publicou despacho do presidente que torna sem efeito o encaminhamento do nome de Sadauskas.

O Planalto não explicou o porquê do recuo na indicação do general. Mas a retirada do nome de Sadauskas abre especulação sobre uso de cargo como moeda de troca para negociar a reforma da Previdência.

Nesta sexta, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), negou que o cargo esteja no balcão de negócios e disse não ter preconceitos quanto à indicação de uma pessoa do mundo político, como um ex-congressista, para o colegiado da Anvisa. Ele afirmou que o general Sadauskas desistiu do cargo de diretor por motivações pessoais. “Algo de família, parece”, disse Mandetta.

Segundo o ministro, ainda não há definição sobre uma nova sugestão ao cargo nem se a escolha será por outro militar. “O foco é uma pessoa com perfil de gestão”, afirmou Mandetta. A Anvisa está muito… tem muito ruído. A gente quer alguém com perfil de organização e método. Mais com este viés”, disse o ministro.

Sadauskas havia sido indicado para o cargo em meio a divergências do ministro com a agência. O militar chegou a ir à reserva remunerada e fazer mais de uma visita à Anvisa para se preparar à sabatina no Senado.

O nome a ser apresentado para a Anvisa ficará com a vaga antes ocupada pelo diretor-presidente Jarbas Barbosa, que saiu em agosto de 2018 para assumir uma diretoria da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em Washington (EUA).

Temer tentou emplacar nome
Nessa mesma vaga, o então presidente Michel Temer (MDB) tentou, sem sucesso, emplacar dois aliados. O primeiro foi o presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Rodrigo Sergio Dias, réu por suposta agressão à ex-mulher, motivo pelo qual servidoras da Anvisa se manifestaram contra a nomeação. Temer teve que recuar da indicação.

O segundo nome colocado foi o líder do governo Temer no Congresso Nacional, deputado André Moura (PSC-SE), que não foi reeleito. No entanto, Moura teve sua indicação rechaçada por Bolsonaro e por Mandetta, por não ter o perfil que o atual governo buscava para este tipo de função. “Ele [Moura] não tem o perfil para aquela instituição, pelo menos não o perfil técnico que o novo governo está procurando”, informou, à época, Mandetta. (Com informações do Jota)

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