Queiroga nega corrupção e diz que filho só “fez visitas ao pai”

Antônio Cristóvão Neto, conhecido como Queiroguinha, é acusado de percorrer municípios prometendo liberação de verbas da Saúde

Rebeca Borges
Compartilhar notícia

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, nesta terça-feira (5/7), que seu filho Antônio Cristóvão Neto, conhecido como Queiroguinha, não está envolvido em esquemas de corrupção no órgão. Em relação à presença do filho em agendas do governo, Queiroga disse que foram apenas “visitas ao trabalho” do pai. A declaração foi dada durante audiência na Câmara dos Deputados.

Mesmo sem ser servidor do governo federal, Queiroguinha, que também é médico e tem 23 anos, é acusado de utilizar a influência do pai para prometer verbas da Saúde a prefeitos. Reportagem publicada pelo jornal O Globo aponta que Queiroguinha estaria percorrendo municípios do interior da Paraíba com a promessa de liberação de recursos para aquisição de aparelhos de raios-x e ambulâncias às prefeituras.

A ação seria uma tentativa de angariar apoio pela sua condução à disputa por uma cadeira da Câmara dos Deputados nas eleições deste ano. Reportagem do jornal O Globo aponta que o filho do ministro esteve ao menos 30 vezes na sede do Ministério da Saúde ou no Planalto.

Nesta terça, o ministro disse que o caso é uma “narrativa que se sustenta”. “Qual é o problema em um filho visitar o pai no local de trabalho?”, questionou. Segundo o cardiologista, todos os recursos liberados pelo Ministério da Saúde são avaliados pela equipe técnica da pasta.

“Tenho a consciência tranquila, ajo dentro da lei. Não há nenhum centavo de recurso público liberado sem avaliação técnica. Meu filho é filiado ao PL, estamos em uma época de pré-campanha. Igualmente os senhores têm o direito de assumir compromisso em nome da sua população. Em nome do governo [ele] não fala”, disse aos parlamentares.

Audiência pública

Cinco comissões da Câmara dos Deputados ouvem, nesta terça-feira (5/7), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Os grupos querem esclarecimentos sobre diversos temas.

Além da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, outros quatro grupos participam do debate com o ministro: de Defesa dos Direitos da Mulher; do Direitos do Consumidor; de Fiscalização Financeira e Controle; e de Seguridade Social e Família.

Os deputados pedem esclarecimentos sobre as atualizações da Caderneta da Gestante e da nova Rede de Atenção Materna e Infantil (Rami). O ministro também será questionado sobre a situação das santas casas e hospitais filantrópicos, e sobre o fim da emergência sanitária imposta pela Covid.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar notícia
Sair da versão mobile