Projeto de José Serra quer limitar gastos do governo durante eleições

Se aprovado, o governo federal deverá encaminhar ao Congresso um relatório de perspectivas econômicas e fiscais antes das eleições

atualizado 16/11/2022 14:24

José Serra Wilson Dias/Agência Brasil

O senador José Serra (PSDB-SP) propôs um Projeto de Lei Complementar (PLP) para limitar os gastos públicos durante o período eleitoral. Se aprovado, o governo federal ficará obrigado a encaminhar ao Congresso Nacional um relatório de perspectivas econômicas e fiscais antes das eleições.

O relatório, além de levar em conta todas as informações econômicas e fiscais disponíveis, deverá, entre outros itens, incluir a projeção de custo do cumprimento de cada programa dos ministérios que integram o governo.

Qualquer nova despesa pública deverá ser compatível com o que consta no documento. “O relatório de perspectivas econômicas e fiscais pré-eleitorais deverá ser assinado pelo presidente da República e pelo ministro da Economia, sendo que a não veracidade das informações implicará crime de responsabilidade”, propõe.

Se constatadas irregularidades, qualquer senador ou deputado federal poderá solicitar inspeção ao Tribunal de Contas da União (TCU) para verificar se, durante o período eleitoral, o governo mantém o cumprimento do relatório.

Contexto

O projeto tem como pano de fundo os gastos realizados pelo governo federal durante a pré-campanha e o início da campanha eleitoral à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). O pacote de medidas que buscava diminuir a rejeição do presidente com benefícios sociais ficou conhecida como “PEC kamikaze”.

“Evidenciou-se um uso inédito da máquina pública com objetivo eleitoral, sem nenhuma lógica econômica, deixando, sim, um buraco fiscal imenso”, justifica o senador José Serra.

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Inspiração internacional

O projeto altera a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). De acordo com a proposta, o intuito é impedir o abuso nos gastos públicos durante o período do pleito e promover maior transparência no Brasil.

O projeto se inspira na Lei de Responsabilidade Fiscal da Austrália. “A Austrália é uma referência internacional no controle dos gastos públicos, tendo ficado cerca de 25 anos sem déficit, situação que só se inverteu devido à pandemia”, diz o texto.

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