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Professor que amarrou perna de aluno em cadeira é indiciado

O processo sobre o episódio, que aconteceu em 11 de junho, segue para análise do MP. Ele foi indiciado com base no ECA

atualizado

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O professor que amarrou a perna de um estudante de 12 anos em uma cadeira durante a aula, no dia 11 de junho desse ano, em Vitória, capital do Espírito Santo, foi indiciado pela Polícia Civil.

De acordo com o jornal Folha Vitória, ele vai responder por crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, que impede que uma criança ou adolescente seja submetido a vexame ou a constrangimento sob autoridade, guarda ou vigilância de um adulto.

A Prefeitura de Vitória informou que o professor foi afastado por 30 dias das atividades educacionais, desde o começo da investigação. Agora, o processo segue para análise do Ministério Público do Espírito Santo (MPES).

O caso, que aconteceu na escola Emef Eunice Pereira da Silveira, foi filmado por um colega de turma. A mãe do menino ficou sabendo do que aconteceu quando chegou em casa e viu o celular do filho.

“Ele chegou em casa, botou o celular para carregar e viu o vídeo que as crianças postaram, num grupo que eles fizeram”, contou a mãe, que não quis se identificar.

Ela decidiu acionar a Justiça contra o professor responsável pela situação. A mãe revelou que o filho, que tem déficit de atenção e faz acompanhamento médico, ainda está muito abalado com o que aconteceu.

“Fiquei muito triste, chorei. É um filho. Você botar para fora uma criança e criar do seu jeito, e vir outro e querer bater, amarrar, é muito triste. Ele é uma criança maravilhosa, não tem problemas com ninguém. Ele não é doido. Ele toma sim um remédio à noite porque ele tem déficit de atenção, e também toma um de manhã, para memória. Mas é um menino exemplar na escola”, afirmou na época.

Depois da repercussão que o caso recebeu, o advogado de defesa do professor, Ugo Fleming, declarou que o profissional sofre de depressão e que se arrependeu da atitude em sala de aula.

“Ele reconhece que é uma atitude infeliz, que poderia ter tomado outra atitude, conversado com o aluno ou encaminhado ele para a direção. Mas ele entendeu que o aluno teria a ficha manchada e não queria isso”, afirma Fleming.

O professor ensina ciências e tem quase 25 anos de magistério, dos quais 14 pela Prefeitura de Vitória. O advogado informou que ele não tem processo administrativo no histórico.

“Ele é professor acolhedor. Tem um trabalho diferenciado com os alunos, ele senta do lado e conversa, passa a matéria e procura entender o contexto econômico e psicossocial do aluno”, defendeu o advogado na ocasião.

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