Porto Alegre distribui remédios sem eficácia comprovada contra a Covid-19

No chamado "kit Covid", estão os medicamentos ivermectina, azitromicina, hidroxicloroquina e cloroquina

Tácio Lorran
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A Prefeitura de Porto Alegre (RS) vai distribuir remédios sem comprovação científica para tratamento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Na quinta-feira (7/1), o Executivo municipal publicou, em edição extra do Diário Oficial, nota técnica para orientar os farmacêuticos locais.

Foram disponibilizados, segundo o texto, os seguintes medicamentos na rede municipal: ivermectina, azitromicina, hidroxicloroquina e cloroquina.

A dispensação desses remédios, no entanto, fica restrita a apresentação de prescrição médica e assinatura de um termo de consentimento.

“Por livre iniciativa, aceito assumir os riscos que me foram informados”, diz o paciente ao assinar o termo de ciência. Eis a íntegra do documento:

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Além disso, o farmacêutico também deverá informar ao prescritor caso constate, durante avaliação do histórico do paciente, alguma contraindicação.

A orientação é assinada pelo secretário municipal de Saúde, Mauro Fett Sparta, que defendeu, ao jornal do SBT, a “democratização” dos medicamentos.

“É injusto que o cidadão dos bairros mais nobres da cidade tenham acesso a esses medicamentos e o cidadão dos bairros mais periféricos não tenham”, disse.

Segundo dados da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, Porto Alegre tem 73.559 casos confirmados (15% do total) da doença, além de 1.947 mortes (21%).

Por sua vez, a ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na capital gaúcha está, hoje, em 86%, segundo informações da prefeitura.

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