O estudante sudanês Bashir Ali protestou, em frente ao Congresso Nacional, contra o golpe militar instalado no Sudão na última segunda-feira (25/10). A tomada de poder frustrou as esperanças de uma transição democrática no país africano, assolado por conflitos, milícias e atos ditatoriais.
Bashir Ali é pesquisador e aluno do doutorado da Fiocruz, em Pernambuco, e o protesto, nesse sábado (30/10), se soma a centenas de outras manifestações que ocorreram, em vários países, de cidadãos sudaneses contrários ao golpe dado pelo general Abdel Fatah al Burhan.
Burhan é ex-chefe do Exército de Omar al-Bashir, destituído pelo Exército em abril de 2019, sob pressão das ruas, após 30 anos de ditadura.
O golpe militar no Sudão dissolveu o governo e prendeu o primeiro-ministro, Abdallah Hamdok.
Além da crise política, a economia do Sudão, terceiro maior país da África, está em crise profunda, com alta inflação e escassez de alimentos, combustíveis e medicamentos.
Os protestos contra o golpe incluem palavras de ordem diretamente destinadas a Burhan: “Burhan, deixe o poder”, “Burhan para Kober!”.
Kober é a prisão de segurança máxima localizada em Cartum, para onde Omar al-Bashir foi levado.
“O que está acontecendo no Sudão é um golpe militar. Os militares e a milícia continuam atacando e matando manifestantes pacíficos”, disse Bashir Ali ao Metrópoles.
Na sexta-feira, em Cartum, o Exército disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes. Desde o golpe, pelo menos oito pessoas morreram e mais de 170 pessoas ficaram feridas pelas forças de segurança.
O poder local cortou o acesso à internet no país para tentar frear a articulação de atos contra o governo. A ordem é se mobilizar em favor da “desobediência civil” e da “greve geral”.
Em Brasília, Bashir protestou acompanhado da amiga Gabriella.

Manifestantes contra o golpe militar no Sudão protestam em Brasília

Gabriella e O estudante sudanês Bashir Ali na Esplanada dos Ministérios

"Os militares e a milícia continuam atacando e matando manifestantes pacíficos", disse Bashir Ali