Renan Filho diz que acusações de Bolsonaro soam como retaliação à CPI

O governador alagoano virou alvo do presidente e aliados após o pai, Renan Calheiros (MDB-AL), se tornar relator da comissão

Marcelo Montanini
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O governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), afirmou, nesta sexta-feira (7/5), que as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre supostos desvios de recursos em Alagoas, sem fatos concretos, causam estranheza e soam como retaliação à CPI da Covid-19.

O governador alagoano virou alvo do presidente e de aliados após o senador Renan Calheiros (MDB-AL), pai de Renan Filho, se tornar relator da CPI da Covid-19, que investiga ações do governo federal no combate ao coronavírus.

“Estamos aqui trabalhando, lamentando nossos mortos, tratando os doentes e vacinando a população com as doses que recebemos, sempre insuficientes, e precisando de novas remessas, que demoram. Isso é o que nos preocupa, nada mais”, escreveu o governador.

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Renan Calheiros, Haddad e Renan Filho durante campanha presidencial de 2018
Relator da CPI da Covid, Renan Calheiros
Renan Calheiros
Bolsonaro durante a live semanal
Bolsonaro durante a live semanal

Estimulado por Bolsonaro, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) tentou fazer com que a CPI da Covid-19 investigasse estados e municípios, o que não é possível. Contudo, com base no requerimento apresentado, a comissão investigará repasses federais aos entes federativos.

Declarações

Irritado com os questionamentos do relator ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na sessão dessa quinta-feira (6/5), Bolsonaro disse como responderia se estivesse presente na comissão.

“Sabe qual seria a minha resposta? Prezado senador, excelentíssimo senador, frase não mata ninguém. O que mata é desvio de recurso público, que seu estado [de Alagoas] desviou. Então, vamos investigar o teu filho que a gente resolve esse problema. Desvio mata, frase não mata”, reagiu o presidente.

Ainda durante o depoimento de Queiroga aos senadores, Renan Calheiros afirmou que “a CPI foi novamente atacada pelo excelentíssimo presidente da República” e respondeu Bolsonaro.

“Com todo respeito ao presidente da República, mas o que mata é a pandemia. Pela inação, inépcia, que eu torço que não seja dele [Bolsonaro]. Nós não queremos fulanizar isso aqui. Com relação ao estado de Alagoas, não gaste seu tempo ociosamente, como gasta, enquanto os brasileiros estão morrendo. Aqui na CPI, se houver necessidade, todos, sem exceção, serão investigados”, rebateu.

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