Randolfe nega cogitar prisão de Pazuello na CPI: “Alvo é o vírus”

No entanto, vice-presidente da CPI da Covid criticou as manobras adotadas pelo general para adiar sua oitiva no Senado Federal

Victor Fuzeira ,
Marcelo Montanini
Compartilhar notícia

O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mudou o tom, nesta terça-feira (11/5), e negou que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello possa ser preso em seu depoimento ao colegiado.

“Não existe essa possibilidade e não existe essa intenção. O único alvo desta CPI é o vírus”, disse o senador a jornalistas.

Randolfe criticou, contudo, as manobras adotadas pelo general para adiar sua oitiva no Senado Federal. “Quem não tiver cumpliciamento com o vírus e com essa pandemia não tem o que temer”, disparou.

O vice-presidente da CPI classificou como “desnecessária” a possibilidade de Eduardo Pazuello recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para conseguir habeas corpus e evitar ter que depor ao colegiado.

“Ele próprio estará se colocando como investigado, como indiciado. Acho uma medida desnecessária”, completou.

1/5
Ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello é flagrado em Manaus sem máscara
O depoimento de Eduardo Pazuello estava previsto para ocorrer no último dia 5, mas foi adiado para 19 de maio
Ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello
Ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello é general da ativa

Senadores da CPI da Covid receberam informação de que Pazuello estaria tentando evitar o depoimento, que está marcado para o próximo dia 19. O próprio Randolfe chegou a cogitar a possibilidade de prisão.

Pena de detenção

“Se descumprir o compromisso de falar a verdade diante da CPI, ele pode responder, inclusive, com pena de detenção. É isso que diz a letra clara do Código de Processo Penal, é isso que diz a possibilidade de falso testemunho sobre a condução de um inquérito”, declarou Randolfe, em entrevista à CNN Brasil.

Nos bastidores, comenta-se que Pazuello trocou involuntariamente uma oitiva “ruim” por uma potencialmente “pior”, ao acumular duas semanas de informações e depoimentos contrários.

Sair da versão mobile