O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mudou o tom, nesta terça-feira (11/5), e negou que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello possa ser preso em seu depoimento ao colegiado.
“Não existe essa possibilidade e não existe essa intenção. O único alvo desta CPI é o vírus”, disse o senador a jornalistas.
Randolfe criticou, contudo, as manobras adotadas pelo general para adiar sua oitiva no Senado Federal. “Quem não tiver cumpliciamento com o vírus e com essa pandemia não tem o que temer”, disparou.
O vice-presidente da CPI classificou como “desnecessária” a possibilidade de Eduardo Pazuello recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para conseguir habeas corpus e evitar ter que depor ao colegiado.
“Ele próprio estará se colocando como investigado, como indiciado. Acho uma medida desnecessária”, completou.
1/5Senadores da CPI da Covid receberam informação de que Pazuello estaria tentando evitar o depoimento, que está marcado para o próximo dia 19. O próprio Randolfe chegou a cogitar a possibilidade de prisão.
Pena de detenção
“Se descumprir o compromisso de falar a verdade diante da CPI, ele pode responder, inclusive, com pena de detenção. É isso que diz a letra clara do Código de Processo Penal, é isso que diz a possibilidade de falso testemunho sobre a condução de um inquérito”, declarou Randolfe, em entrevista à CNN Brasil.
Nos bastidores, comenta-se que Pazuello trocou involuntariamente uma oitiva “ruim” por uma potencialmente “pior”, ao acumular duas semanas de informações e depoimentos contrários.