Ramagem nega intimidade com família Bolsonaro e ataca Moro em depoimento

Diretor da Abin acusou o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de desqualificá-lo para assumir a direção-geral da PF

Da Redação
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Em depoimento à Polícia Federal (PF) nessa segunda-feira (11/05), o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, negou ter intimidade com a família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“O depoente [Ramagem] tem ciência de que goza da consideração, respeito e apreço da família do presidente Bolsonaro pelos trabalhos realizados e pela confiança do presidente da República no trabalho do depoente, mas não possui intimidade pessoal”, disse Ramagem em depoimento.

Ramagem também acusou o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro de desqualificá-lo para assumir a direção-geral da PF.

O diretor da Abin prestou depoimento, em Brasília, no inquérito que investiga uma possível interferência de Bolsonaro na PF.

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O diretor da Abin, Alexandre Ramagem, chega a sede da Policia Federal, em Brasilia para prestar depoimento no inquerito que investiga o conteudo do discurso de despedida de Sergio Moro do governo. O ex-ministro da Justica acusou o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir nas atividades da Polícia Federal ( PF ).
Alexandre Ramagem com filhos de Bolsonaro, em festa de Ano-Novo
Alexandre Ramagem e Bolsonaro

A investigação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), após Moro sair do governo. Ao anunciar que deixaria o cargo, o ex-ministro afirmou que o presidente queria ter acesso a relatórios de investigações na Polícia Federal.

A exoneração do ex-diretor-geral da corporação Maurício Valeixo foi o estopim da crise entre Bolsonaro e Moro. Ramagem chegou a ser nomeado para o cargo, mas foi barrado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Para ele, houve desvio de finalidade na indicação.

Ano novo

Sobre a foto em que Ramagem aparece ao lado do vereador e filho do presidente, Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), durante a celebração de ano novo em 2018, o diretor da Abin minimizou a relação entre os dois.

Segundo Ranagem, era uma reunião entre delegados e familiares e Carlos Bolsonaro teria passado no local para cumprimentar policiais pelo trabalho executado.

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