Em reunião da cúpula do partido nesta quarta-feira (9/9), o PSDB decidiu se declarar oposição ao presidente Jair Bolsonaro e deu início às discussões sobre a “prática de crimes de responsabilidade” por parte do atual chefe do Executivo durante as manifestações do 7 de Setembro.
“O PSDB repudia as atitudes antidemocráticas e irresponsáveis adotadas pelo presidente da República em manifestações pelo Dia da Independência. Ao mesmo tempo, conclama as forças de centro para que se unam numa postura de oposição a este projeto autoritário de poder”, diz o comunicado divulgado nas redes sociais pela legenda.
“Os brasileiros esperam de seu governante soluções para a pandemia, para o desemprego, para a inflação crescente, para a crise hídrica, para desigualdade, e para o descalabro fiscal”, defendeu o partido.
A reunião foi convocada pelo presidente da legenda, Bruno Araújo (PSDB-PE), depois dos ataques feitos por Bolsonaro contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Governistas
A decisão dos tucanos foi tomada por unanimidade da direção do partido. O deputado Aécio Neves (MG) que é considerado um dos mais próximos do governo, não participou da reunião, que ocorreu em São Paulo. O mineiro informou, no entanto, que considera “correta” a decisão tomada pela executiva nacional do partido.
“Por fim, com a participação da Executiva e das bancadas na Câmara e Senado, registramos que após o pronunciamento inaceitável do chefe do Poder Executivo, na data de ontem, iniciamos hoje o processo interno de discussão sobre a prática de crimes de responsabilidade cometidos”, destacou.
O PSDB apoiou a eleição de Bolsonaro no segundo turno, inclusive teve nomes no governo. Entre eles, o atual ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que se desfiliou do partido assim que assumiu a pasta.
Marinho era filiado ao PSDB durante o tempo em que foi secretário especial de Previdência e Trabalho e comandou as articulações no Congresso para a reforma da Previdência no primeiro ano da gestão bolsonarista.
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