PF faz buscas no Congresso e mira líder do governo Bolsonaro no Senado

A Polícia Federal investiga desvio de dinheiro público em obras na região Nordeste

Thaís Paranhos ,
Luciana Lima
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A Polícia Federal faz uma operação no Congresso Nacional na manhã desta quinta-feira (19/09/2019), que tem como alvo o líder do governo de Jair Bolsonaro (PSL) no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

A PF investiga desvio de dinheiro público em obras na região Nordeste, quando Bezerra era ministro da Integração Nacional do governo de Dilma Rousseff (PT), entre 2011 e 2013. Os mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.

O senador do MDB foi ministro da Integração Nacional do governo Dilma

O filho do senador, o deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE) também está na mira da PF.

A investigação, instaurada em 2017, teve início a partir de colaborações firmadas com investigados presos no âmbito da Operação Turbulência, deflagrada em junho de 2016. A ação apurava, por sua vez, o uso de empresas de fachada, controladas pelos aludidos colaboradores, na lavagem de dinheiro de empreiteiras e no pagamento de propinas a políticos, segundo a PF.

Os colaboradores confirmaram o pagamento de vantagens indevidas a autoridades públicas, entre os anos de 2012 e 2014, realizados por empreiteiras que estavam executando obras custeadas com recursos públicos.

A investigação também constatou que dívidas pessoais de autoridades, principalmente relativas às campanhas eleitorais, foram pagas pelas empresas ora investigadas.

Foram expedidos 52 mandados de busca e apreensão envolvendo endereços de todos os investigados, dentre eles autoridades públicas, beneficiários dos recursos e das empreiteiras envolvidas.

A defesa do senador diz que causa estranheza a operação da PF “em razão de fatos pretéritos que não guardam qualquer razão de contemporaneidade com o objetivo da investigação”. “A única justificativa do pedido seria em razão da atuação política e combativa do senador contra determinados interesses dos órgãos de persecução penal”, informa o advogado André Callegari por meio de nota.

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