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Pergunta sobre saúde de segurança irrita Bolsonaro: “Provocação”

O presidente disse que auxiliar, de 39 anos e infectado pelo coronavírus, internado em estado grave no DF “deve ter outro problema”

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro, ao ser questionado sobre seu segurança Ari Celso Rocha Lima de Barros, de 39 anos, internado em estado grave no Hospital de Base do DF com Covid-19, classificou a pergunta como “provocação” com o objetivo de “desgastar” sua imagem e o “indispor” com a opinião pública. Diante da insistência do repórter do Metrópoles, o presidente ameaçou encerrar a entrevista na portaria do Palácio da Alvorada, na tarde desta quinta-feira (26/03).

O caso foi revelado com exclusividade pelo Metrópoles nesta quinta-feira (26/03).

“Pessoal, o que interessa aqui? Vamos ao que interessa, particularmente, para querer me desgastar, me indispor, não vou entrar nessa provocação com vocês aqui, não. Não vou entrar na provocação de vocês. Acabo agora a entrevista”, disse Bolsonaro.

O presidente, sem dar detalhes ou informações precisas sobre a saúde de seu segurança, ou mesmo se solidarizar com a situação, disse que o militar – capitão da PM do DF – deve ter outros problemas de saúde para estar internado em estado grave. “Deve ter algum um outro problema também”, afirmou o presidente, que prosseguiu: “Faleceu agora, eu vi na imprensa, uma mulher com sessenta e poucos anos, em Goiás, e ela tinha mais três problemas”, disso o presidente.

O segurança deu entrada no Hospital de Base com coronavírus e em estado grave na noite dessa quarta-feira (25/03).

Ele é capitão da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e foi diagnosticado com a doença em 18 de março. Desde então, cumpria isolamento domiciliar. Mas, segundo a família, o quadro piorou.

Caiado pede afastamento

Bolsonaro tem minimizado os efeitos da doença e já chegou a chamá-la de “gripezinha” e “resfriadinho”. Ele também tem repetido que seus testes deram negativo para a doença. No entanto, mais de 20 pessoas ao seu redor, inclusive da comitiva que levou ao exterior, já comprovadamente contraíram o coronavírus e, nesta quarta-feira (26/03), seu segurança deu entrada no Hospital de Base em estado grave.

Para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), o caso do segurança é mais um sinal de que o presidente já deveria ter se afastado de suas funções. “É lógico que o presidente deveria estar afastado. Se eu tenho um caso dentro da minha casa que tenha testado positivo, eu tenho que me afastar, tomar as providências, me isolar por pelo menos 14 dias”, disse o governador ao comentar a internação do segurança.

Médico, Caiado também achou absurdo o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, ter voltado ao trabalho, uma semana depois de ter sido diagnosticado com a doença.

“O caso do Heleno também é um absurdo. Foi diagnosticado, meu amigo, então é ficar em casa. Ainda mais ele, que tem uma idade avançada”, destacou Caiado.

“Sofrimento alheio”
Ao comentar a internação do segurança, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse que espera uma melhor reflexão por parte do presidente a respeito da pandemia do coronavírus, para que ele deixe de minimizar a gravidade da doença.

“Lamento muito quando qualquer pessoa pega uma doença que pode ser muito grave e até letal. E espero que tantos casos próximos levem a uma melhor reflexão por parte daqueles que minimizam sofrimentos alheios”, disse o governador do Maranhão.

Dino se referiu ainda ao grupo do entorno do presidente que testou positivo para o coronavírus após a viagem presidencial do presidente aos Estados Unidos. Até o momento, pelo menos 23 pessoas da comitiva e do grupo de apoio foram identificadas com o vírus.

“Perna curta”
O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ) também comentou a internação do segurança com a Covid-19. Para ele, todas as afirmações do presidente sobre a doença estão sendo desmentidas pelos fatos.

“Mentira tem perna curta”, atacou o líder.

“Bolsonaro está sendo desmentido pelos fatos porque suas decisões não têm embasamento técnico ou científico. Não é uma ‘gripezinha’! Este momento exige responsabilidade de quem está à frente do país. Desejo melhoras para o segurança de Bolsonaro, assim como a todas as pessoas afetadas por esta terrível doença”, disse Molon.

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