metropoles.com

Para fala em que baixou tom, Bolsonaro consultou 8 ministros

No pronunciamento que fez na noite desta terça, o presidente disse que sua missão é “salvar vidas sem deixar para trás os empregos”

atualizado

Compartilhar notícia

O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na noite desta terça-feira (31/03), onde ele baixou o tom sobre a pandemia do coronavírus e falou que sua “missão é salvar vidas sem deixar para trás os empregos”, foi uma espécie de alívio para integrantes do governo e aliados do Planalto. As informações são do Estadão.

Eles temiam por um isolamento maior de Bolsonaro, caso voltasse a confrontar publicamente o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Nos últimos dias, ministros atuaram para convencer o presidente que era preciso baixar o tom e passar uma imagem de “serenidade” e “união” para a população. Um dos argumentos é que as proporções da Covid-19 ainda são incalculáveis, assim como prejuízos políticos.

O discurso anterior em cadeia nacional de rádio e televisão, que foi ao ar há uma semana, teve a participação do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e foi considerado um “desastre” pelos principais auxiliares do governo. Na ocasião, Bolsonaro desdenhou da Covid-19, chamando-a de “gripezinha” e “resfriadinho”, além de defender que as pessoas voltassem à “normalidade” em suas rotinas.

Embora nesta noite Bolsonaro tenha voltando a adotar o discurso de preservação dos empregos, dessa vez ele não defendeu o fim do isolamento social. Na avaliação de integrantes do governo, o presidente foi menos beligerante. O coronavírus já matou 201 pessoas no país e, nesta terça, registrou 42 morte em 24 horas. Já são 5.717 casos confirmados.

Disputa com Mandetta

Nesta tarde, durante a reunião ministerial no Palácio do Planalto, Bolsonaro ouviu seus ministros saírem em defesa de Mandetta, com quem vinha travando uma disputa particular. O presidente aproveitou o encontro e submeteu um rascunho do pronunciamento a alguns auxiliares.

Além dos ministros Walter Souza Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), que tomaram a frente da condução da crise, foram consultados os ministros Fernando de Azevedo e Silva (Defesa), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e até Ricardo Salles (Meio Ambiente). O secretário de Assuntos Estratégicos (SAE), almirante Flávio Rocha, também foi consultado.

De acordo com relatos feitos ao Estadão, o presidente aceitou as sugestões em pontos que geraram desentendimento no próprio governo, como o isolamento vertical, no qual as medidas restritivas são aplicadas apenas grupos de risco. Bolsonaro, por fim, se convenceu que deveria fazer a mudança no seu discurso.

Bandeira branca

Logo após o pronunciamento, Mandetta usou o Twitter para acenar com uma bandeira branca na guerra que trava com o presidente. “Ações integradas, união e patriotismo! Somos uma nação vencedora! Juntos venceremos o coronavírus!”, escreveu.

Compartilhar notícia

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?