Nove membros da transição de Bolsonaro em 2018 viraram ministros

Até o momento, a equipe de Lula tem mais de 30 ministeriáveis, mas nenhum nome para a Esplanada foi confirmado ainda pelo petista

atualizado 21/11/2022 18:30

Rafael Carvalho / Governo de Transição

Em 2018, o então presidente eleito Jair Bolsonaro (então no PSL, hoje no PL) escalou nove dos 36 integrantes da equipe de transição para ministérios. À época, Bolsonaro não indicou os 50 nomes que a lei permite para o governo eleito. Enquanto isso, em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue há 20 dias após a eleição sem anunciar nenhum ministro.

Há quatro anos, o coordenador do gabinete de transição de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, foi nomeado ministro-chefe da Casa Civil. Em seguida, o “coringa” de Bolsonaro passou por outras três pastas: Cidadania, Secretaria-Geral e Trabalho e Previdência.

Neste ano, Lula já indicou que o vice Geraldo Alckmin (PSB), que coordena a transição, não será ministro. “Fiz questão de colocar o Alckmin como coordenador [da transição] para que ninguém pensasse que o coordenador vai ser ministro. Ele não disputa vaga de ministro porque é o vice-presidente da República”, disse o petista no último dia 10.

Bolsonaro tinha Paulo Guedes como indicado para o comando do superministério da Economia desde a campanha. Ele foi confirmado já em 28 de outubro, no dia da eleição que sagrou Bolsonaro vencedor. Guedes, à época, apelidado de “Posto Ipiranga”, comandavava a área econômica da transição.

O então deputado federal também confirmou os seguintes nomes para a Esplanada logo após ser eleito presidente: Onyx Lorenzoni, Marcos Pontes e Augusto Heleno.

Veja os integrantes da transição de Bolsonaro que viraram ministros:

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Lula tem segurado os nomes de seus futuros ministros. A equipe de transição ainda trabalha para acomodar antigos e novos aliados nos 31 grupos técnicos de trabalho (GTs) que funcionarão até 31 de dezembro na sede do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília (DF). Entre nomeados com remuneração e voluntários, o comitê já soma mais de 300 pessoas.

Alguns, como o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), já atuam como ministros informais, apesar de pendências. No caso de Dino, cotado para ministro da Justiça e Segurança Pública, há disputas internas porque alguns juristas e advogados que também fazem parte do grupo temático que ele coordena defendem a separação das pastas. Dino, por sua vez, defende que o ministério não seja desmembrado.

No caso da Fazenda, por exemplo, ministério que será recriado, a indefinição tem irritado agentes do mercado financeiro, que cobram por diretrizes mais claras para a política econômica do terceiro governo Lula.

Em 2002, quando se iniciou o processo de transição para o primeiro governo petista, também houve demora nos anúncios. Os primeiros nomes revelados foram os de Antonio Palocci, na Fazenda, e Marina Silva, no Meio Ambiente, em 10 de dezembro de 2002. As primeiras indicações saíram, portanto, mais de 40 dias após a vitória nas urnas.

Ministeriáveis fora da transição

Alguns nomes são candidatos a ministros, mas não integram oficialmente a transição. Um deles é o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), cotado para a Fazenda ou Planejamento, que não tem atuado na capital federal.

Já o nome da governadora do Ceará Izolda Cela (sem partido) é citado para a pasta da Educação, mas, por ainda estar em exercício do cargo, ela não participa da equipe. Seu marido, Veveu Arruda, está justamente no GT de Educação. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), também é citado para a Fazenda, o Planejamento, a Casa Civil ou ainda para a Petrobras, mas não está participando formalmente da transição.

A seguir, confira os ministeriáveis de Lula que compõem a equipe de transição de Lula:

  1. Carlos Fávaro – senador – cotado para Agricultura, Pecuária e Abastecimento
  2. Neri Geller – ex-ministro da Agricultura – cotado para Agricultura, Pecuária e Abastecimento
  3. Simone Tebet – senadora – cotada para Cidadania, Ciência e Tecnologia ou Meio Ambiente
  4. Tereza Campello – economista – cotada para Assistência Social/Desenvolvimento Social e Combate à Fome
  5. Márcio França – ex-governador de São Paulo – cotado para Cidades
  6. Aloizio Mercadante – ex-ministro da Educação – cotado para Secretaria-Geral da Presidência
  7. Juca Ferreira – ex-ministro da Cultura – cotado para Cultura
  8. Miguel Rossetto – ex-ministro do Desenvolvimento Agrário – cotado para Desenvolvimento Agrário
  9. Camilo Santana – ex-governador do Ceará – cotado para Desenvolvimento Regional ou Educação
  10. Maria do Rosário – deputada federal – cotada para Direitos Humanos
  11. Silvio Almeida – advogado e filósofo – cotado para Direitos Humanos
  12. André Lara Resende – ex-presidente do BNDES no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e um dos criadores do Plano Real – cotado para Planejamento
  13. Nelson Barbosa – ex-ministro do Planejamento da Fazenda no governo Dilma Rousseff – cotado para Planejamento
  14. Edinho Silva – prefeito de Araraquara – cotado para Esporte
  15. Raí Souza Vieira de Oliveira – tetracampeão Mundial (1994) e Brasileiro de futebol – cotado para Esporte
  16. Nilma Mino Gomes – ex-ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos – cotada para Igualdade Racial
  17. Douglas Belchior – professor e integrante da Uneafro Brasil – cotado para Igualdade Racial
  18. Miriam Belchior – ex-ministra do Planejamento – cotada para Infraestrutura
  19. Flávio Dino – senador – cotado para Justiça e Segurança Pública
  20. Marcelo Freixo – deputado federal – cotado para Segurança Pública
  21. Marco Aurélio Carvalho – advogado especializado em direito público
  22. Pierpaolo Cruz Bottini – professor de Direito Penal da USP
  23. Marina Silva – deputada federal eleita e ex-ministra – cotada para Meio Ambiente ou autoridade do clima (posto a ser criado)
  24. Randolfe Rodrigues – senador – cotado para Meio Ambiente
  25. Joenia Wapichana – advogada e deputada federal – cotada para Povos Originários
  26. Sônia Guajajara – deputada federal – cotada para Povos Originários
  27. Aloysio Nunes Ferreira – advogado – cotado para Relações Exteriores
  28. Alexandre Padilha – médico e deputado federal – cotado para Saúde e Secretaria de Relações Institucionais/Governo ou Fazenda
  29. Roberto Kalil Filho – médico – cotado para Saúde
  30. Jorge Messias – procurador da Fazenda Nacional – cotado para Advocacia-Geral da União
  31. Marta Suplicy – ex-prefeita de São Paulo – cotado para Turismo
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