Miranda confirma que Ricardo Barros é o deputado citado por Bolsonaro ao ouvir denúncia sobre Covaxin

Segundo Luis Miranda, o presidente Jair Bolsonaro, ao ser avisado da fraude, disse se tratar de um esquema envolvendo um parlamentar

Luciana Lima ,
Victor Fuzeira
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O deputado Luis Miranda (DEM-DF), após se negar por boa parte de seu depomento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid a dizer quem é o deputado que teria sido citado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como ligado às pressões para a assinatura do contrato para a compra da vacina indiana Covaxin, acabou por quebrar o silêncio. Segundo o parlamentar, trata-se de Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara.

O deputado evitou, por todo o depoimento, citar nominalmente Barros por, segundo ele, temer retaliações do governo federal em seus trabalhos na Câmara dos Deputados.

Antes, Miranda defendia “não se lembrar” de quem era o deputado citado por Bolsonaro como pivô do caso. Após pressão dos senadores, o deputado relevou o nome.

Veja:

O relator Renan Calheiros (MDB-AL) lembrou que Barros é o autor de emenda que permitiu a aquisição da vacina indiana mesmo sem autorização de uso emergencial do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O irmão do deputado, Luis Ricardo, apontou que a responsável pelo aval para a importação seria Regina Celia Silva Oliveira, nomeada quando Ricardo Barros ocupava o cargo de ministro da Saúde, ainda no governo de Michel Temer.

Regina Célia foi quem autorizou o pagamento de US$ 45 milhões em favor da Madison Biotech, sediada em Singapura.

Senadores do colegiado insistiram para que Luis Miranda dissesse o nome do parlamentar. Ele, no entanto, preferiu não citar, mas apontou o “caminho”. “No caminho que estão seguindo, vão descobrir”, disse, diante das insistências.

Apesar da recusa de Luis Miranda, senadores da CPI da Covid chegaram a apontar Barros como o responsável pela nomeação da servidora.

Resposta

Ricardo Barros (PP-PR) negou ter participado de qualquer negociação para a compra das vacinas indianas Covaxin.

“Não sou esse parlamentar citado”, disse Barros, por meio das redes sociais, referindo-se a informação dada pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF), de que o presidente Jair Bolsonaro teria apontado o deputado como articulador do esquema de compra superfaturada de imunizantes.

“Não participei de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. Não sou esse parlamentar citado. A investigação provará isso. Também não é verdade que eu tenha indicado a servidora Regina Célia como informou o senador Randolfe. Não tenho relação com esse fatos”, escreveu Barros.

 

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