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Maia diz que seu maior arrependimento foi ter “levado Paulo Guedes a sério”

Deputado deixa a presidência da Câmara em fevereiro de 2021, após um ciclo de três mandatos à frente da Casa

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Igo Estrela/Metrópoles
Coletiva Rodrigo Maia
1 de 1 Coletiva Rodrigo Maia - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que o seu maior arrependimento durante a gestão à frente da Casa foi ter ‘levado o Paulo Guedes a sério’. O deputado deixa a cadeira de presidente em fevereiro de 2021, após um ciclo de três mandatos consecutivos.

Maia avaliou que a marca de sua administração foi recuperar o protagonismo do Parlamento, além de ressaltar o papel do Congresso no combate à pandemia. “A experiência adquirida anteriormente me ajudou a manter o equilíbrio, manter o diálogo institucional e, principalmente, com os ministros técnicos do governo, para que a Câmara pudesse ter um protagonismo importante”, disse ele na entrevista.

Posteriormente, em mensagem, ele acrescentou a frase sobre o ministro da Economia, Paulo Guedes, com quem teve uma série de rusgas públicas ao longo de 2020. Os dois chegaram a romper, mas voltaram a ter contato no fim do ano.

“Não estou rompido com ele não. Mas eu não preciso [dialogar com ele]. Votamos tudo sem a gente precisar ter um diálogo”, disse Maia.

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Maia também avaliou que deixar a votação da PEC Emergencial, que poderia abrir espaço para ampliar o Bolsa Família, para 2021 foi “um erro”. “A gente deveria ter avançado, com toda polêmica. Porque era um desgaste menor abrir espaço no Orçamento e garantir a ampliação do Bolsa Família do que deixar milhões de brasileiros sem nenhum tipo de proteção, mesmo que a proteção fosse um valor menor que o valor do auxílio emergencial.”

Ele defendia que a votação da proposta era a mais importante nos últimos meses de pandemia.

Reformas

Outro erro, na visão de Maia, foi não votar a reforma tributária este ano. “Não votar a reforma tributária foi, do meu ponto de vista, um erro grave do governo. A gente não está aqui só para dizer que aprovou coisa, estamos aqui para aprovar com diálogo, e a tributária precisa do diálogo com o governo”, afirmou.

Ele avaliou que não poderia avançar com a votação sem que as mudanças nos tributos estivessem articuladas com a Receita Federal e os técnicos do governo. Ainda assim, o deputado defende que o texto pode ser votado no começo de 2021.

“Voto tem, e tenho certeza de que no início do ano vai ser votado, mas a questão política prevaleceu em detrimento da sociedade brasileira.”

Para Maia, o governo não tem uma base majoritária na Câmara, mas isso “não significa que ele não tenha apoio para aprovar reformas que modernizem o Estado brasileiro, isso ele tem”.

Aliança para 2022

Na semana passada, Maia anunciou um bloco para sua sucessão, composto por siglas de esquerda (PT, PC do B, PDT e PSB) e direita e centro-direita (DEM, MDB, PSDB e PSL). O candidato escolhido é o presidente nacional do MDB, o deputado Baleia Rossi (SP). O grupo irá antagonizar com o candidato do governo, o líder do Centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL).

“Não estamos em oposição a ninguém, estamos a favor da democracia, da liberdade, do meio ambiente. O nosso campo vota majoritariamente a favor da agenda econômica do governo.” Na visão dele, após a eleição, a agenda econômica do Congresso vai continuar sendo liberal.

“Temos um bloco que representa 280 parlamentares. E a representação dos 280 de forma majoritária compreendeu que o melhor caminho seria pelo Baleia, que começaria unificando o MDB e, dali para frente, unificaria toda a base. E ele tem toda a condição, como o Aguinaldo [Ribeiro, do PP] tinha, de construir uma relação com o PT, com o PSB, PDT e PC do B para que a gente tenha todos os votos unidos da esquerda.”

Questionado se o bloco pode ser um ensaio para 2022, Maia disse que trata-se de uma demonstração de diálogo. Apesar das divergências em torno da pauta econômica, o demista disse que não há nada que não possa ser pactuado para uma eleição em 2022 e parte desse bloco possa estar junto.

“Acho que isso é o que esse bloco mostra, que a gente é capaz, mesmo tendo muitas diferenças em muitos temas, de sentar numa mesa e discutir a nossa democracia e o interesse do Brasil. Eu acho que é um sinal forte de que parte desse bloco pode estar junto em 2022. Nós demos o grande passo para reduzir de vez a radicalização da política brasileira.”

Maia também avaliou que Luciano Huck e o tucano João Doria são “dois ótimos nomes” e também citou ACM Neto, presidente do DEM, além de Ciro Gomes (PDT) e Paulo Câmara (PSB). “Então acho que a gente tem que dialogar”, pontuou.

Vacina

A respeito do fato de o Brasil estar ficando para trás na imunização contra a Covid-19, Maia disse que a vacina “é o único caminho para que o Brasil retome a sua normalidade e a gente garanta vidas” e lamentou a posição do governo.

“É lastimável a posição do governo negando a vacina, não tendo um plano, não organizando e vendo os outros países inclusive da própria região começando a vacinar. E a cada dia de atraso na vacina são mil mortos no Brasil, vidas que a gente perde pela incompetência e falta de responsabilidade do governo”, afirmou Maia.

 

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