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“Lastimável para o Rio”, diz Calero sobre acusações a Flávio Bolsonaro

Em entrevista ao Metrópoles, o deputado mirou também a artilharia ao ex-presidente Michel Temer: “O maior legado dele é o antilegado”

atualizado

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Andre Borges/Metrópoles
Marcelo-Calero
1 de 1 Marcelo-Calero - Foto: Andre Borges/Metrópoles

Pivô de um dos maiores escândalos vividos pelo governo de Michel Temer (MDB), quando chefiou a pasta da Cultura, Marcelo Calero deixou a Esplanada dos Ministérios metralhando integrantes do primeiro escalão após denunciar o ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (MDB) e o próprio titular do Planalto. Ele acusou a dupla de forçá-lo a autorizar a construção irregular de um empreendimento imobiliário em região histórica tombada de Salvador (BA).

Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, o agora deputado federal filiado ao Cidadania do Rio de Janeiro voltou a mirar sua artilharia à antiga gestão: ele classificou o grupo do ex-presidente da República como uma “quadrilha instaurada no Poder que se servia do Estado para obter seus interesses pessoais”. “O maior legado deixado por Temer é justamente o antilegado que ele deixou, ou seja: como um presidente não deve se comportar”.

Segundo o parlamentar, ao contrário do que foi noticiado na época, o interesse de Geddel e Temer na construção do prédio soteropolitano era para poder “lavar dinheiro do MDB baiano”. Ele creditou a acusação a um dos delatores que atuaram no processo contra os emedebistas. “O assalto que houve ao aparelho do Estado, e isso não começou com o Temer, para a consecução de objetivos não públicos precisa ser algo superado na história do Brasil”, pregou.

Autoproclamado “independente” – justamente para se livrar da pecha de pertencer ao chamado “Centrão” – o diplomata de carreira também não poupou a gestão do atual presidente, Jair Bolsonaro (PSL), embora reconheça a importância de se aprovar as pautas econômicas. Calero destacou, entretanto, que falta ao governo organização política e capacidade de elencar prioridades. “Me preocupa muito que estejamos concentrados em agendas que não sejam prioritárias para o futuro do país”, pontuou.

Mesmo com o discurso apimentado contra o chefe do Executivo federal, o parlamentar disse não se enquadrar na oposição. “Tenho orgulho de seguir a minha consciência. Sei das urgências do país, tenho me dedicado a estudar isso”, frisou. Calero, oriundo do mesmo estado onde Bolsonaro fez carreira política, é crítico do filho mais velho do presidente, investigado por movimentações financeiras incompatíveis com os seus ganhos. “Isso tudo precisa ser esclarecido. Acho lastimável que tenhamos um senador pelo Rio de Janeiro nessa situação”, disparou.

As críticas não impedem uma defesa entusiasmada da proposta previdenciária, de autoria do governo, a qual classificou como “corajosa”. “A reforma da Previdência independe de ideologia, ela precisa se ater a questões aritméticas e também à justiça social”, salientou. Ao lembrar que abriu mão de sua aposentadoria especial como diplomata e também como congressista, Calero apontou a necessidade de se cortar “privilégios” na aposentadoria de servidores públicos.

“A gente precisa ser muito maduro nessa discussão. É claro que a gente não pode fazer uma mudança do regime de forma abrupta, que signifique uma frustração de expectativas de servidores que estavam prestes a se aposentar a curto prazo. Equilíbrio é fundamental nesse tipo de discussão, que não pode ser dogmática”, opinou.

André Brandão / Metrópoles

Calero defende uma postura “científica” na formulação de políticas públicas e critica o PT pela falta de critérios na elaboração de seus programas sociais. “O programa Ciência sem Fronteiras da [ex-presidente] Dilma (PT) foi o maior absurdo. Porque, no final, serviu para filhos da classe média fazer um mochilão na Europa. O custo foi o mesmo do Programa Nacional de Merenda Escolar, que abrange 50 milhões de aluno. O Ciência sem Fronteiras não chega a 1% disso. A política pública precisa de basear por prioridades”, disse o ex-ministro. Veja a entrevista na íntegra:

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