1 de 1 Jair Bolsonaro, presidente do Brasil. Ele tem cabelos curtos, grisalhos e tem a pele clara -metrópoles
- Foto: Cleber Caetano/Presidência da República
A ação foi protocolada pelo deputado federal Alencar Santana (PT-SP). No pedido de investigação, o parlamentar lembra que o passeio de Bolsonaro no país norte-americano contou com a presença do blogueiro Allan dos Santos, que está foragido da Justiça brasileira.
O blogueiro, investigado por propagação de fake news e por participação em milícias digitais que ameaçariam a democracia brasileira, teve a prisão decretada em outubro de 2021, pelo ministro Alexandre de Moraes (leia mais abaixo).
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Allan dos Santos, nascido em 1983, é blogueiro, influencer, youtuber e ativista da extrema-direita. Natural de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, é, atualmente, foragido da Justiça brasileira e mora nos Estados Unidos com a família
Hugo Barreto/Metrópoles
Allan é o criador do site Terça Livre e tornou-se conhecido por disseminar fake news. Antes de ter as redes sociais retiradas do ar, recebia dinheiro de financiamento coletivo bolsonarista e era seguidor fervoroso de Olavo de Carvalho
Hugo Barreto/Metrópoles
O youtuber se tornou alvo da Polícia Federal após a abertura do inquérito das fake news em 2019, cujo relator é o ministro Alexandre de Moraes. O pedido, apresentado pela Procuradoria Geral da República, foi solicitado após uma manifestação bolsonarista que exigia o fechamento do STF, do Congresso e a restituição do AI-5 no país
Reprodução/Redes sociais
Investigado por disseminação de notícias falsas na internet e atos contra a democracia, Allan teve prisão preventiva decretada em outubro de 2021, mas fugiu para os Estados Unidos, com visto de turista vencido
Hugo Barreto/Metrópoles
Mensagens interceptadas pela Polícia Federal sugerem que Eduardo Bolsonaro, filho número 03 de Jair, teria ajudado o blogueiro a sair do Brasil
Reprodução
Desde que chegou aos EUA, já com contas bancárias bloqueadas e perfis em redes sociais suspensos pela Justiça brasileira, Allan dos Santos tem se dedicado a atacar as autoridades que determinaram medidas cautelares e um mandado de prisão contra ele
Reprodução
O alcance dos ataques do bolsonarista só foi reduzido quando o Telegram, rede sem sede no Brasil, cumpriu outra decisão de Moraes e bloqueou o canal do extremista. A rede russa informou que o canal, que tinha 128 mil seguidores, “violou as leis locais”
Hugo Barreto/Metrópoles
Com contas alternativas no Instagram, que ele divulgava no canal do Telegram, Santos burlava o bloqueio e insultava sobretudo o ministro Alexandre de Moraes.
Além das ofensas, divulgou viagens, fotos posadas ao lado do presidente Bolsonaro e com fuzis
Reprodução/Instagram
Em seus canais alternativos, o militante criou mecanismos para receber doações em moeda estrangeira e até em Bitcoin, e chegou a dizer aos seguidores, em janeiro de 2022, que já não tinha dinheiro para pagar nem a própria defesa
Hugo Barreto/Metrópoles
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Após o pedido de prisão contra Allan, Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal acionasse a embaixada do Brasil nos EUA e incluísse o jornalista na lista da Difusão Vermelha da Interpol. A intenção é garantir que ele seja capturado e extraditado ao Brasil
Aline Massuca/Metrópoles
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Segundo o ministro, Santos é suspeito de cometer crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou o preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional
TSE
Agora, a barreira que o STF encontra para levar a cabo a decisão de Morares é a própria lei dos EUA. Uma interpretação de que Allan dos Santos teria apenas, à luz da lei americana, dado sua opinião, e não feito uma ameaça, como suspeita Alexandre de Moraes, dificulta a movimentação do governo americano para prendê-lo
Hugo Barreto/Metrópoles
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Enquanto isso, o ativista bolsonarista continua atuando por lá, usando a internet para propagar conteúdo falso e violento e até participando de eventos com autoridades brasileiras
Roque de Sá/Agência Senado
Santana argumenta que o governo brasileiro tinha “o dever de informar as autoridades a presença do blogueiro foragido”. Disse ainda que Bolsonaro e o ministro Anderson Torres, que acompanhou o presidente na viagem, cometeram os crimes de responsabilidade e prevaricação.
A relatora do caso é a ministra Cármen Lúcia. Em 14 de junho, ela enviou a notícia-crime para manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em manifestação ao Supremo, a AGU disse que o presidente Jair Bolsonaro não tem poderes de polícia em território internacional.
“Entrementes, referida competência diplomática não pode ser elastecida ao extremo de se exigir do presidente da República o desempenho de funções fiscalizatórias ou de polícia, para investigar e adotar providências em face de possíveis nacionais foragidos em território estrangeiro, algo que se revela absurdo e teratológico”, argumenta o governo.
Entenda o pedido de prisão de Allan dos Santos
O ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido da Polícia Federal e determinou a prisão de Allan dos Santos no início de outubro do ano passado. O blogueiro, que era dono do extinto site Terça Livre, é investigado em dois inquéritos na Suprema Corte: um sobre a propagação de fake news e outro sobre participação em milícias digitais que ameaçariam a democracia brasileira.
Na decisão sobre a prisão, o ministro do Supremo afirma que existe “uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político absolutamente semelhantes àqueles identificados no Inquérito 4.781, com a nítida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito”.
Apesar de Moraes ter determinado também a inclusão de Allan dos Santos na lista de procurados da Interpol e sua extradição, o processo, que depende da atuação do Ministério da Justiça brasileiro, se arrasta.
O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), órgão do Ministério da Justiça que pediu a extradição do ativista bolsonarista Allan dos Santos, está sem um chefe formal desde o início de novembro do ano passado, quando o governo federal exonerou a delegada Silvia Amelia da chefia do DRCI por ter encaminhado o pedido de extradição do militante.
O governo brasileiro nega estar dificultando o processo de extradição.
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