“Existe essa amizade comigo, sim”, diz Bolsonaro sobre Queiroz

O chefe do Executivo contou que conheceu o ex-assessor em 1984, na Brigada de Infantaria Paraquedista

Tácio Lorran
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Apesar de se sentir “chateado” com a situação, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) revelou uma amizade com Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). A revelação foi dada em entrevista exclusiva à revista Veja.

O chefe do Executivo contou que conheceu o ex-assessor em 1984, na Brigada de Infantaria Paraquedista. “Aí [Fabrício Queiroz] começou a trabalhar conosco. E você sabe que lá no Rio precisa de segurança. Eu mesmo já usei o Queiroz várias vezes. Então, existe essa amizade comigo, sim”, afirmou o presidente.

Sobre as acusações que pesam sobre Queiroz, Bolsonaro defendeu a investigação sobre o caso. “Pode ter coisa errada? Pode. Não estou dizendo que tem”, admitiu. O presidente tentou explicou sobre os depósitos na conta de Flávio, apontados como suspeitos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Para ele, quem deve responder é o Queiroz.

“Falaram que os depósitos fracionados eram para fugir do Coaf. Dois mil reais é o limite que você pode botar no envelope. O que tem de errado nisso? Aí vem o Queiroz. Realmente, tem dinheiro de funcionário na conta dele. O Coaf disse que há movimentações financeiras suspeitas e incompatíveis com o patrimônio. Mas quem tem de responder a isso é o Queiroz”, afirmou.

No entanto, sobre as investigações que pesam contra Flávio Bolsonaro e do atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, Bolsonaro acredita que os dois são apontados sem muitas provas plausíveis. “Não posso punir ninguém antes de a culpa ficar minimamente demonstrada. Veja o caso do ministro Marcelo Álvaro Antônio. Tem de ter algo de concreto. Só em cima de denúncias fica complicado. Ele nem é réu ainda, não foi denunciado. Deixa apurar um pouquinho mais”, defendeu.

“Meu filho Flávio, por exemplo, é acusado de envolvimento com laranjas no Rio de Janeiro. Cada candidato recebeu R$ 2,8 mil do partido. Então, não vai falar em laranjal com essa importância de recursos”, comentou Jair Bolsonaro. “‘E foi dinheiro para quê?’, perguntei a ele. ‘Para poder pagar contador e as despesas que os candidatos tiveram durante a campanha’, porque entraram na chapa para compor. Depois, resolveram não fazer campanha. É um absurdo”, finalizou.

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