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Em eventual 2º turno contra Bolsonaro, Jaques Wagner votará em Alckmin

Na avaliação do ex-ministro da Casa Civil no governo Dilma, candidato do PSL lidera as pesquisas porque aparece como o “antissistema”

atualizado

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José Cruz/ Agência Brasil
Jaques Wagner em audiência pública na Câmara dos Deputados
1 de 1 Jaques Wagner em audiência pública na Câmara dos Deputados - Foto: José Cruz/ Agência Brasil

Pregando “menos intolerância” entre PT e PSDB, o ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner (PT-BA) disse que, se o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) for para o segundo turno da disputa presidencial com o deputado Jair Bolsonaro (PSL), votará no tucano.

“O PT e o PSDB precisam parar de ser intolerantes um com o outro”, afirmou o petista, ao chegar nesta quinta-feira (13/9) para a cerimônia de posse do ministro Dias Toffoli na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). “Eu acho que o Haddad [Fernando Haddad, candidato do PT] já está no segundo turno com Bolsonaro. Mas, se houver uma hecatombe e ele não for, vou votar no outro”, acrescentou.

Questionado se terá a mesma opinião se o “outro” for Alckmin, Wagner respondeu que não teria dúvidas em apoiar o presidenciável tucano, independentemente da posição do PT. Disse, ainda, que seu partido não poderá centralizar manifestações individuais.

“Esse jogo de canto de rua não está ajudando o país. A política de zerar adversário não leva a lugar nenhum”, insistiu o petista, que chegou a ser cotado para substituir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como cabeça de chapa da coligação, que une PT, PCdoB e Pros. “Assim como quero que Alckmin, Ciro (Gomes) e Marina (Silva) venham para o nosso lado se nós formos para o segundo turno com Bolsonaro, eu também apoiarei qualquer um deles (contra o capitão reformado) se não estivermos lá”, acrescentou.

Estratégia pedetista
Conforme disse Wagner, caso seja escalado para reconstruir pontes entre o PT e o PSDB, cumprirá a tarefa “com muito gosto”. Ex-governador da Bahia e candidato ao Senado, Jacques Wagner também minimizou a estratégia de Ciro para tentar desgastar Haddad, colando a imagem dele à da ex-presidente Dilma Rousseff.

“É uma estratégia eleitoral correta porque o voto do Ciro, do PDT, sai do campo social. Mas, quando ele diz que Haddad é um poste, sabe que não está falando a verdade”, argumentou. Antes da definição de Fernando Haddad como candidato, Wagner chegou a dizer que, se o PT não conseguisse reverter logo a situação para emplacar Lula – condenado e preso da Lava Jato –, deveria apoiar Ciro. “Apanhei muito do PT naquela época”, comentou ele, rindo.

Na avaliação do ex-ministro da Casa Civil do governo Dilma, Bolsonaro lidera as pesquisas porque aparece como o “antissistema” e Alckmin não está crescendo porque “é a fotografia do sistema”. Embora ache que o capitão reformado ainda possa ganhar alguns pontos por causa da comoção provocada pelo atentado sofrido por ele no último dia 6, Wagner enxerga um cenário com “consistente transferência de votos” de Lula para Haddad.

“Acho que o Haddad vai arrancar agora com 25% das intenções de voto”, previu. Na pesquisa Ibope divulgada na terça-feira (11), Haddad aparece na disputa com 8% das preferências, tecnicamente empatado em segundo lugar com Ciro, Marina e Alckmin.

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