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“É um valor por dentro”, diz Teixeira sobre dinheiro para corretora

Interrogado nesta terça-feira (19), advogado Roberto Teixeira afirma a Sérgio Moro que “seria proibido negar curso à moeda brasileira”

atualizado

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Denise Andrade
EXCLUSIVO DIRETO DA FONTE
1 de 1 EXCLUSIVO DIRETO DA FONTE - Foto: Denise Andrade

O advogado do ex-presidente Lula, Roberto Teixeira, foi interrogado nesta terça-feira (19/9), como o último réu a ser ouvido pelo juiz federal Sérgio Moro em ação penal na qual o ex-presidente é investigado por supostas propinas de R$ 75 milhões da Odebrecht. Nesta mesma ação, o compadre de Lula é acusado de intermediar o suposto recebimento de propinas ao petista por meio da aquisição de dois imóveis, pela Odebrecht.

O advogado foi o último réu interrogado e, agora, o processo entra na em que as defesas e o Ministério Público Federal vão apresentar as considerações finais.

Um imóvel, em Sâo Paulo, no valor de R$ 12 milhões, onde supostamente seria sediado o Instituto Lula, e o outro, em São Bernardo do Campo, no valor de R$ 504 mil, vizinho do apartamento aonde mora o ex-presidente. A atuação do advogado teria sido em torno da ocultação da propriedade dos imóveis, atribuída a Lula, segundo o Ministério Público Federal.

 Em depoimento, Teixeira, que alegou ter atuado apenas como advogado de Glaucos da Costamarques, primo de José Carlos Bumlai, foi questionado por Moro sobre pagamento de honorários em espécie.

A solicitação do advogado, objeto de pergunta do magistrado, consta na denúncia do Ministério Público Federal como um pagamento extra, “por fora”, para a corretora de imóveis Edna Barros de Castro.

“Esse valor é um valor por dentro porque inclusive foi objeto de e-mail meu para a empresa pedindo para substituir o cheque por valor, porque assim foi solicitado. Evidente que isso não é por fora. É por dentro. Se não fosse por dentro eu não teria colocado isso no e-mail. Até porque inclusive, em espécie é dinheiro que tem curso normal. isso não é proibido. seria proibido negar curso à moeda brasileira”.

COM A PALAVRA, MARIZ
O criminalista Antônio Cláuidio Mariz de Oliveira, que defende Roberto Teixeira, disse que em seu interrogatório o compadre de Lula “mostrou ter atuado nos episódios da compra do terreno para o Instituto Lula e da locação do apartamento em São Bernardo do Campo, exclusivamente, como advogado”.

“Roberto Teixeira tratou no primeiro caso de desembaraçar uma série de entraves jurídicos existentes em relação ao imóvel. Recebeu honorários, por isso, e teve a sua missão cumprida, razão pela qual saiu do caso não acompanhando seus desdobramentos.”

“Com relação ao apartamento (em São Bernardo do Campo), o mesmo se deu, ele atuou exclusivamente como advogado. Houve a compra do imóvel e a sua locação, ambos os negócios jurídicos por ele assistidos. E não houve mais da sua parte nenhuma interferência.”

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