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CPI decide se fará sessão fechada com Witzel e vota quebra de sigilos

Empresas ligadas a Carlos Wizard e convite ao deputado Luis Miranda e ao irmão, servidor da Saúde, estão na lista de requerimentos

atualizado

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Edilson Rodrigues/Agência Senado
CPI da Covid
1 de 1 CPI da Covid - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Sem o empresário Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, a CPI da Covid analisa, nesta quarta-feira (23/6), requerimento para ouvir reservadamente o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) e pedidos de quebras de sigilos de empresas de Carlos Wizard e de convocação de representantes das plataformas Facebook, Twitter e Google.

Os senadores também devem analisar convites ao deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) e ao irmão dele, Luís Ricardo Fernandes Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde. A ideia é que ambos falem sobre supostas pressões dentro do governo para liberar e acelerar a importação da Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech. Se aprovados, os depoimentos devem ocorrer nesta sexta-feira (25/6).

Na última quarta-feira (16/6), Witzel pediu para se retirar da oitiva antes do fim do depoimento, após ser insultado por senadores governistas. O ex-governador, todavia, sinalizou que tinha informações sigilosas a repassar aos senadores da comissão.

Se aprovado o novo depoimento, o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), deve definir os membros que ouvirão o ex-governador, em reserva.

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Witzel também repassou à CPI nomes de organizações sociais (OSs) que administram hospitais – inclusive, federais – no Rio de Janeiro e sugeriu que estes equipamentos “têm donos”. O colegiado deve quebrar os sigilos destas empresas também.

O colegiado sinaliza que deve permitir acesso aos sigilos de empresas ligadas a Carlos Wizard, que, mesmo com habeas corpus para permanecer em silêncio, não compareceu ao depoimento previsto para a última quinta-feira (17/6). Após Aziz pedir a condução coercitiva do empresário, os advogados de Wizard contataram a comissão, e o depoimento foi remarcado para o próximo dia 30.

Além disso, os senadores querem convocar representantes de grandes empresas de tecnologia para depor a respeito de propagação de Fake News.

Ausência

A defesa do empresário Francisco Maximiano avisou, nessa terça-feira (22/6), que o empresário não poderá participar da oitiva desta quarta-feira porque ele estaria de quarentena devido à Covid-19, após retornar da Índia. Aziz afirmou que o depoimento deve ser marcado na próxima semana.

Senadores dizem ter informações sobre pessoas que podem ter se beneficiado da aquisição veloz da vacina Covaxin. A Precisa Medicamentos foi a empresa que intermediou o contrato entre o laboratório indiano e o governo brasileiro.

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), criticou o que chamou de “desrespeito” de Maximiano e da defesa, que sabiam desde a semana passada sobre a oitiva e avisaram sobre a ausência na véspera. “Ele começou muito mal”, disse.

“Foi um ato de deselegância com essa CPI. Mas até essa circunstância e o que vamos aprovar amanhã [esta quarta-feira] teremos mais elementos para ouvir o senhor Maximiano”, declarou.

Alteração

Com a possibilidade de ouvir o servidor do Ministério da Saúde e o deputado federal Luís Miranda na sexta-feira, haverá alterações no calendário de depoimento da comissão.

A audiência que seria realizada na sexta-feira, com Jurema Werneck, da Anistia Internacional, e o epidemiologista Pedro Halal será na quinta-feira (25/6), e a oitiva do assessor Filipe Martins, que seria na quinta-feira, foi adiada, ainda sem data.

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