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Conselho Federal de Economia repudia declarações de Jair Bolsonaro

Economista publicou nota no site do conselho onde rejeita afirmação de que “quem ferrou o Brasil foram os economistas”

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Wellington Leonardo da Silva, publicou nesta terça-feira (20/11), no site do conselho, uma nota de repúdio às declarações feitas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).

Em entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo na segunda-feira (19/11), Bolsonaro declarou que “quem ferrou o Brasil foram os economistas”.

Na declaração, Silva diz “repudiar veementemente” a fala do presidente eleito, mesmo afirmando não ter “estranhado” o que Bolsonaro tenha dito. Silva, por sua vez, credita a atual crise econômica aos “insucessos das políticas econômicas” implementadas pelos governantes.

Para o presidente do Confecon, Bolsonaro, que admitiu não ter conhecimento de economia, demonstrou uma postura lamentável ao fazer tal afirmação.

Silva declarou, ainda, que a equipe econômica chefiada por Paulo Guedes, os “Chicago boys retrô” possui um modelo econômico equivocado e escolhido em benefício próprio.

Ele finaliza a nota afirmando que a conduta do presidente eleito é mais uma dentre muitas atitudes lamentáveis.

Leia a nota na íntegra:

Ao tomar conhecimento da afirmação feita à Folha de São Paulo por Jair Bolsonaro de que “Quem ferrou o Brasil foram os economistas”, venho repudiar veementemente sua assertiva.

Mesmo não estranhando que o autor tenha proferido a frase, tendo em vista que ele mesmo já afirmou não ter conhecimento da Ciência Econômica, devo, por dever de ofício, informar que os insucessos das políticas econômicas que os banqueiros, rentistas e conservadores tentam implantar no País devem ser creditados ao modelo econômico equivocado, escolhido por eles em benefício próprio, e seguido pela maioria dos governantes, que em algumas ocasiões entregaram a gestão até a ex-gerentes de bancos.

Aliás, tal qual o presidente eleito faz agora, com sua equipe de “Chicago boys” retrô, chefiada por Paulo Guedes, cuja matriz teórica não é mais defendida nem por aqueles que foram seus mestres.

A situação pela qual o Brasil passa não se deve à falta de capacidade teórica ou de sólidos conhecimentos técnicos por parte dos Economistas brasileiros, mas sim às escolhas feitas por aqueles que se julgam elite, sem merecer a denominação.

Trata-se de mais uma postura lamentável de quem já teve tantas outras.
Wellington Leonardo da Silva
Presidente do Conselho Federal de Economia

 

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