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Bolsonaro: veto a fundo eleitoral “não é maldade com Parlamento”

Presidente da República defendeu o fim da destinação de dinheiro público para campanha

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro – presidente da república
1 de 1 Jair Bolsonaro – presidente da república - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que pretende vetar a previsão de R$ 2 bilhões no Orçamento do próximo ano para o fundo eleitoral e defendeu o fim da destinação de dinheiro público para essa finalidade no Brasil.

Segundo o chefe do Executivo, o fato de o governo ter enviado a proposta de R$ 2 bilhões ao Congresso se deve a uma exigência da lei e, se houver condições legais para o veto, ele o fará. “Aquela proposta que foi de R$ 2 bilhões é em função de uma lei que tinha. Não é que eu quero isso. Em havendo brecha para vetar, vou fazer isso”, disse o presidente ao sair do Palácio da Alvorada nesta quinta-feira (19/12/2019).

“Eu não vejo, com todo respeito, como justo o recurso para fazer campanha. Muitos defendem até que vereador ou parlamentar não deve ganhar nada”, completou. “O dinheiro vai para quem? Vai para manter no poder quem já está”, criticou Bolsonaro.

“O povo fala sempre em renovação e tem que ter igualdade. A campanha tem que estar em igualdade para todo mundo. Não é maldade minha contra o Parlamento”, defendeu o presidente, que alegou nunca ter usado fundo eleitoral para as campanhas.

Bolsonaro argumentou ainda que acredita que o uso do fundo nas próximas eleições será um “tiro no pé”. “Quem fizer campanha cara, com santinho na rua, o pessoal não vai votar nele”, opinou.

Fundo eleitoral
A proposta foi aprovada pelo Congresso na última terça-feira (17/12/2019) com o valor proposto pelo próprio governo. O relator do Orçamento, deputado Domingos Neto (PSD-CE), chegou a defender um fundo de R$ 3,8 bilhões, mas optou por manter o montante sugerido pelo governo para evitar justamente um veto por parte de Bolsonaro.

O presidente disse que não quer que a atitude seja encarada como uma afronta aos parlamentares.

“A peça orçamentária chegando, eu tenho poder de veto. Não quero afrontar o Parlamento, mas pelo amor de Deus, dá R$ 2 bilhões para o Tarcísio [Freitas, ministro da Infraestrutura] e vê o que ele faz no Brasil”, finalizou.

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